A companhia aérea britânica de baixo custo easyJet anunciou esta terça feira um prejuízo de 212 milhões de libras (247 milhões de euros) no semestre terminado em 31 de março, apesar do número recorde de passageiros.

Este valor compara com o resultado negativo de 21 milhões de libras (24,5 milhões de euros) registado um ano antes e é justificado pela companhia com a desvalorização da libra desde o anuncio da saída do Reino Unido da União Europeia.

“O prejuízo do semestre está em linha com as expectativas de mercado e reflete o movimento da Páscoa para o segundo semestre, assim como efeitos cambiais que, em conjunto, tiveram um impacto de 127 milhões de libras [148 milhões de euros] no resultado final”, disse a presidente executiva da easyJet, Carolyn McCall, citada em comunicado.

Isto apesar de a companhia ter conseguido um número recorde de passageiros nos primeiros seis meses do ano fiscal de 2017, de 33,8 milhões, mais 9% em comparação com o período homólogo, conseguindo atingir uma taxa de ocupação igualmente recorde de 90,2% (que compara com os 89,7% obtidos no ano passado).

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A empresa refere, contudo, que pretende continuar a operação na União Europeia.

“A easyJet continua no bom caminho para confirmar a aquisição de um Certificado de Operação Aéreo Europeu (AOC) até ao verão e, dessa forma, assegurar as operações futuras dentro da União Europeia”, lê-se no comunicado da companhia aérea.

A receita total no período considerado aumentou 3,2% para 1,827 milhões de libras (cerca de 2,131 milhões de euros). A easyJet espera uma melhoria dos resultados no próximo semestre, uma vez que as reservas futuras são superiores às do ano passado em 77% para o trimestre e 55% para o semestre.

“As nossas reservas para o verão estão acima das do ano passado, demonstrando que a procura por voar continua forte e prova que os consumidores estão a dar prioridade a despesas em voos e férias em detrimento de outros itens não essenciais”, refere a presidente executiva da companhia aérea.

“A easyJet está a concretizar a sua estratégia de investimento centrada em construir e assegurar posições fortes nos principais aeroportos da Europa, o que está a aumentar a sua vantagem competitiva com retornos sustentáveis. Assim, as nossas expectativas para todo o ano estão em linha com o atual consenso existente no mercado”, acrescentou.