H. R. McMaster, o conselheiro para a Segurança Nacional dos Estados Unidos que se apressou a dar como “falso” o artigo do Washington Post que denunciou a partilha de informação secreta com o ministro do Negócios Estrangeiros russo por parte de Donald Trump, manteve em conferência de imprensa esta tarde a sua posição.

“A notícia é falsa porque a informação que o presidente partilhou se apropriava totalmente à conversa. O presidente pode partilhar a informação que entender e que considere necessária para garantir a segurança nacional”, explicou.

A partir da Casa Branca, McMaster — que esta segunda-feira disse aos jornalistas que Trump não tinha revelado quaisquer “fontes, métodos ou operações militares” a Sergey Lavrov — afiançou que nenhuma das informações reveladas por Trump colocou em risco a segurança nacional. Alegadamente porque “nem o presidente sabia qual era a fonte da informação” — logo, não poderia comprometê-la.

Donald Trump já tinha admitido esta manhã, via Twitter, que sim, partilhou informações com os russos e tem todo o direito a fazê-lo, afinal, é o presidente. McMaster repetiu essa ideia e explicou em que contexto surgiram as ditas revelações: “O presidente tomou a decisão de partilhar essa informação no contexto da conversa, que estava a ser sobre o interesse comum que Estados Unidos e Rússia têm na guerra contra o terrorismo, sobretudo contra o ISIS, que até um avião russo já abateu, em outubro de 2015, matando mais de 220 pessoas”.

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Apesar de várias vezes questionado sobre o assunto, o conselheiro para a Segurança Nacional recusou dizer se foram partilhadas informações de que nem os aliados dos EUA têm conhecimento com os russos.

Também não quis confirmar se Donald Trump partilhou ou não informação confidencial: “Não dizemos o que é confidencial ou não. O presidente não comprometeu fontes ou métodos no decorrer da conversa”. Também não deu quaisquer informações sobre a fuga de informação que permitiu que a história chegasse ao Washington Post e, daí, para o conhecimento público.

Durante a tarde, a CNN avançou uma conversa com uma fonte próxima de Trump. De acordo com essa informação, o presidente norte-americano sentir-se-á debaixo de fogo — e culpará o seu próprio staff por isso. Trump “parece ter perdido a confiança em toda a gente”, cita o canal.

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