A ARCOlisboa — Feira Internacional de Arte Contemporânea de Lisboa, que abre na quinta-feira ao público, está a gerar grandes expectativas nos galeristas, que esperam um certame “ainda melhor do que a edição de estreia”, em 2016.

A capital recebe esta segunda edição da ARCOlisboa também na Cordoaria Nacional até domingo, com 58 galerias, 23 delas portuguesas, e a organização — a Feira de Madrid (IFEMA) — já disse que pretende transformar a feira numa “referência da arte contemporânea” na Europa.

Numa visita ao recinto, onde se ultimam os preparativos dos expositores e se instalam ainda as obras de arte, a Lusa falou com galeristas portugueses e estrangeiros sobre as expectativas para a segunda edição.

“Este ano vai ser melhor e será uma confirmação de que a feira vai ficar”, disse à Lusa a galerista Vera Cortês, que apresenta no pavilhão da galeria em nome próprio três obras inéditas em escultura, pintura e desenho de José Pedro Croft, o artista em destaque, que representa Portugal este ano na Bienal de Veneza.

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A galerista esteve também presente na edição de estreia, no ano passado, onde fez um balanço positivo de vendas e de público — a feira foi visitada por 13 mil pessoas — e considera que este ano foram feitos aperfeiçoamentos para melhorar.

“O programa geral é melhor, e há a novidade do programa Opening”, que tem a participação de oito galerias nacionais e internacionais com menos de sete anos de antiguidade, selecionadas por João Laia, escritor e comissário português.

Vera Cortês considera que houve mais tempo para preparar esta feira: “Uma das mais-valias é a capacidade da organização captar colecionadores, sobretudo estrangeiros”.

Para a galerista portuguesa, o facto de a IFEMA ter 35 anos de experiência na organização da feira ARCOmadrid faz com que a qualidade “seja muito alta”.

Sobre o facto de Portugal não ter até hoje uma feira de arte contemporânea organizada por portugueses, Vera Cortês considera que “não é por incapacidade, mas por falta de recursos e know how“.

“Esta feira é igualmente muito importante para a divulgação da arte portuguesa”, salientou a galerista, que também tem obras em pintura de João Queiroz neste certame.

Também em Lisboa pela segunda vez para participar na ARCO, Paloma González, galerista de Madrid, escolheu como artista em destaque Miki Leal para divulgar em Portugal. “No ano passado não esteve mal de vendas, mas acho que este ano pode melhorar”, disse, questionada pela agência Lusa.

Na opinião da galerista, algumas melhorias nos espaços de lazer e na cobertura do piso, este ano, fazem com que a ARCOlisboa tenha mais condições para receber os visitantes.

Criada em 2014, a galeria F2 já trabalhou com artistas portugueses como Carlos Correia, Rita Magalhães e Rui Chafes, Prémio Pessoa 2015.

Questionada sobre o interesse e importância de se fazer representar na capital portuguesa, Paloma González salientou a necessidade de “atingir novos públicos”, sobretudo num país vizinho.

O evento contará com representação de galerias de Lisboa, como Cristina Guerra, Pedro Cera, Vera Cortês e, do Porto, como Murias Centeno, Quadrado Azul — ambas com sede também na capital –, Fernando Santos ou Pedro Oliveira, e outros projetos de Braga (Mario Sequeira) e dos Açores (Fonseca Macedo).

Do estrangeiro estarão representadas, entre outras, galerias como Elba Benítez, Juana de Aizpuru, Giorgio Persano, Vermelho, Monitor e Zak Branicka.

A nova secção Opening terá, no seu programa, uma representação de jovens galerias portuguesas como Madragoa e Pedro Alfacinha, ambas de Lisboa, em diálogo com outras internacionais, como Dürst, Britt & Mayhew ou José García.

Entre os artistas emergentes estarão Renato Leotta e Karlos Gil, criadores de renome internacional como Erwin Wurm, José Pedro Croft, João Louro, Sergio Vega, Nathaniel Mellors, Carlos Garaicoa, juntamente com artistas consagrados, de quem serão apresentadas diferentes peças — como Picasso ou a portuguesa Vieira da Silva -, em galerias como Leandro Navarro, João Esteves de Oliveira ou José de la Mano.

Do programa fazem também parte o debate e a reflexão, num Fórum aberto ao público sobre a atualidade criativa e o mercado da arte, com quatro palestras por críticos e colecionadores, que terão lugar no auditório da Casa da América Latina.

Juntamente com o programa das galerias, a ARCOlisboa também acolherá a presença de editoras e livrarias portuguesas independentes, numa seleção de Luiza Teixeira de Freitas.

A ARCOlisboa 2017 abrirá as portas ao público de quinta-feira a domingo, das 12h às 20h, exceto no último dia, que encerra às 18h.