O Presidente da República participa no domingo na procissão do Santo Cristo, em Ponta Delgada, Açores, sendo o segundo chefe de Estado, depois de Ramalho Eanes, a integrar aquele que é considerado o momento alto das festas. Esta será a primeira deslocação aos Açores de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República.

Antes de integrar a procissão, o chefe de Estado desloca-se, pelas 14h30 (mais uma hora em Lisboa), ao Jardim Botânico José do Canto, também em Ponta Delgada, onde vai plantar uma árvore, revelou a respetiva fundação.

O Jardim Botânico José do Canto é um imóvel de interesse público e está inscrito no “Botanic Gardens Conservation Secretariat”, organismo dependente da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Criado por José do Canto (1820-1898) em meados do século XIX, o espaço tem cerca de 400 espécies de todo o mundo catalogadas, sendo que cerca de 140 são árvores e muitas delas monumentais.

A procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres começa às 15h30, no Campo de São Francisco, mas a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres sai uma hora depois da Igreja de Nossa Senhora da Esperança. O chefe de Estado vai integrar a dianteira do cortejo cívico, juntamente com o Representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino, a presidente da Assembleia Legislativa, Ana Luís, e o chefe do Governo Regional, Vasco Cordeiro.

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A primeira procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres remonta a 1700, ano em que a ilha de São Miguel foi abalada por “fortes e repetidos tremores de terra”.

Duravam estes há já vários dias quando a Mesa da Misericórdia e grande parte da nobreza da cidade, verificando que os terramotos não cessavam, resolveram ir à portaria do Mosteiro da Esperança para levarem, em procissão, a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres”, refere um guia da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

A procissão, na qual participam milhares de pessoas, e que ocorre sempre no quinto domingo depois da Páscoa, respeita, ainda hoje, o itinerário inicial.

A Madre Teresa da Anunciada, que era, na época, zeladora extremosa da Capela e da Imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, organizou a primeira procissão, em abril de 1700, pretendendo que o andor passasse por todas as igrejas e conventos então existentes na cidade, como forma de alargar o culto”, refere a mesma fonte, assinalando que este desejo tem sido mantido pela irmandade.

O cortejo tem a participação de 26 bandas de música e nele estão representantes das principais instituições civis, militares e religiosas do arquipélago.