O PS leva esta sexta feira a votos no parlamento três resoluções para que o Governo adote medidas para a descentralização e diversificação da oferta turística, com especial incidência no turismo de saúde e de investigação científica.

Estes três projetos de resolução têm como primeiro subscritor o vice-presidente da bancada socialista e líder do PS/Madeira, Carlos Pereira, e apresentam como base de fundamentação as últimas estatísticas do turismo publicadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo as quais os principais destinos turísticos de Portugal continuam a ser as regiões do Algarve, Lisboa e Madeira.

“Assim, torna-se imperioso adotar medidas que alarguem a procura turística a todo o território nacional, designadamente aos territórios do interior do país e de baixa densidade populacional”, lê-se na introdução do primeiro dos três projetos de resolução que a bancada socialista apresenta esta sexta feira em plenário para debate e votação.

Em declarações à agência Lusa, Carlos Pereira afirma que estes diplomas não podem ser encarados como uma crítica à atuação do Governo e, em concreto, ao seu Plano Estratégico Nacional do Turismo, mas antes como um contributo para a “densificação” desse mesmo documento.

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“Tendo em conta a atual contribuição do turismo para a criação de emprego e de riqueza no país, o PS entende que o Governo está no bom caminho, sobretudo após tomar medidas importantes como a redução do IVA da restauração ou o reforço da formação profissional, que antes se encontrava parada. Mas entendemos, também, que é possível potenciar o ‘cluster’ do turismo e trabalhar algumas áreas específicas nos próximos tempos”, justificou o líder do PS/Madeira.

Nesse sentido, o PS destaca que é “cada vez mais frequente que investigadores científicos, estudantes, quadros de várias áreas se desloquem a outros países para realizar pesquisas para as suas dissertações de pós-graduações, mestrado, doutoramentos, pós-doutoramentos, anos sabáticos ou para participar em eventos científicos ou mesmo para investigar temas de variada ordem”.

“De modo a potenciar a procura deste tipo de turismo para o país, é importante compreender que o nível de inovação e desenvolvimento de Portugal, a qualidade das instituições de ensino, a sua reputação em termos de indicadores internacionais, a existência de património natural rico e diversificado e a existência de infraestruturas de interpretação e de Investigação e Desenvolvimento, entre outros, é determinante para a respetiva escolha”, sustenta-se na resolução do PS sobre turismo científico.

Já no que respeita ao turismo de saúde, o PS considera que se torna “crítico desenvolver um plano de intervenção operacional de modo a tornar consistente a aposta de Portugal nesta área. Neste ponto, Carlos Pereira adverte ser necessária “uma articulação de ação entre os ministérios da Economia e da Saúde.

“O PS quer um plano de ação com medidas concretas para desenvolver os segmentos do turismo de saúde e de investigação científica”, completa o dirigente socialista. De acordo com Carlos Pereira, para além de Lisboa, Algarve e Madeira, “há regiões que têm grandes potencialidades” nesses dois segmentos do turismo.

“O melhor setor para poder ajudar o interior do país a criar riqueza é o do turismo. Por isso, temos de potenciar a procura nas zonas do país mais afastadas dos centros de decisão e, igualmente, mais longe dos grandes centros de turismo. Trata-se de um importante contributo para a coesão económica e social do país”, vincou o vice-presidente da bancada socialista.

Numa crítica ao anterior Governo PSD/CDS-PP, Carlos Pereira advoga que ficou demonstrado que o setor do turismo “precisa de medidas públicas e de uma estratégia para se desenvolver”.

“Agora, o PS recomenda ao Governo que entre em outras áreas para a descentralização e diversificação da oferta turística. Julgo que as nossas propostas terão apoio maioritário, designadamente por parte das bancadas que fazem parte do acordo parlamentar”, Bloco de Esquerda, PCP e PEV, acrescenta o líder do PS/Madeira.