A Amnistia Internacional avisa Angola que “as manifestações não podem ser usadas como uma oportunidade para punir opiniões críticas do Governo”.

Na mensagem divulgada na sexta-feira, a Amnistia Internacional recomenda às autoridades angolanas que defendam o direito à liberdade de expressão e de reunião.

“As autoridades em Angola devem garantir os direitos dos cidadãos ao exercício da liberdade de expressão e de reuniões pacíficas”, lê-se numa mensagem divulgada um dia antes dos protestos agendados para hoje para exigir a libertação de sete ativistas condenados em abril a 45 dias de prisão.

Um dos protestos, em Cacuaco, arredores de Luanda, no qual participaram algumas dezenas de jovens, terminou com detenções e agressões. De acordo com ativistas do autodenominado Conselho Nacional dos Ativistas de Angola, o protesto de hoje foi travado pela polícia angolana e pelo menos cinco dos manifestantes foram levados pelas forças de segurança, desconhecendo-se os motivos.

Sete ativistas foram condenados a 19 de abril pelo tribunal de Cacuaco a penas de 45 dias de prisão efetiva, por resistência às autoridades, ao tentarem manifestar-se contra alegadas irregularidades no processo de registo eleitoral, que antecede as eleições gerais de agosto, mas também para alertar para as dificuldades dos jovens daquele município da capital, nomeadamente a falta de emprego.

De acordo com a Amnistia Internacional, através de informações que recolheu, “os sete ativistas não tiveram direito a um julgamento justo”. “Há também relatos de que foram espancados e sofreram outros maus-tratos durante a detenção”, lê-se no comunicado.

A Amnistia Internacional pede que “estas alegações sejam investigadas de forma efetiva e independente”.

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