O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu este sábado a continuidade do inquérito aberto para investigar o presidente brasileiro, Michel Temer, escreve o jornal online G1. Horas antes, Temer anunciava que ia avançar com um pedido junto do Supremo Tribunal Federal para exigir a suspensão do mesmo inquérito.

Michel Temer exige suspensão do inquérito e diz que gravação foi adulterada

Se por um lado o presidente do Brasil garante que as gravações que aparentemente o incriminam foram alteradas, com vista a derrubar o próprio Governo, por outro, Rodrigo Janot afirma, em nota divulgada este sábado pelo Ministério Público Federal, que a gravação passou por avaliação técnica. O material em causa, tendo em conta uma análise preliminar, é considerado “audível, inteligível e apresenta uma sequência lógica e coerente, com características iniciais de confiabilidade”.

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Na mesma nota, lê-se que “a referida gravação é harmônica e consentânea com o relato da colaboração de pelo menos quatro colaboradores, a saber Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Florisvaldo Caetano de Oliveira”.

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No mesmo sentido, especialistas consultados por diferentes jornais garantem que os trechos mais relevantes da polémica gravação estão intactos, isto é, que não sofreram qualquer edição.

Em causa está uma conversa gravada em março deste ano, no Palácio do Jaburu, entre o presidente e o empresário Joesley Batista, na qual é possível ouvir Temer a sugerir a Batista que continue a subornar Eduardo Cunha, de maneira a garantir que o ex-deputado não colabore com a justiça brasileira na Operação Lava Jato.

Michel Temer está a ser investigado pelos crimes de corrupção passiva, obstrução à justiça e organização criminosa.