O papa Francisco apelou este domingo a “que se calem as armas e prevaleça a boa vontade de dialogar” na República Centro-Africana (RCA), referindo-se à nova onda de violência que se verifica no país.

“Chegam-nos, infelizmente, notícias dolorosas da República Centro-Africana, que trago no meu coração, especialmente após a minha visita, em novembro de 2015. Os confrontos armados causaram inúmeras vítimas e deslocados e ameaçam o processo de paz”, lembrou Francisco durante a oração Regina Coeli, que substitui o Angelus durante a época pascal, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

“Rezo pelos mortos e feridos, e renovo o meu apelo para que as armas se calem e prevaleça a vontade para o diálogo, e para que o país tenha paz e desenvolvimento”, acrescentou o papa, expressando a sua proximidade com a população de bispos e com todos aqueles que trabalham para o bem das pessoas e para uma convivência sã.

Há alguns dias, o bispo de Bangassou, o espanhol Juan José Aguirre, escapou ileso durante um tiroteio contra cerca de mil pessoas, a maioria muçulmanas, que se refugiaram no interior da missão católica.

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No sábado, a ONU informou que, pelo menos 17 civis e cinco elementos armados foram mortos nos últimos dias na República Centro-Africana após confrontos entre milícias rivais, na cidade de Bria, no leste do país.

Os combates entre antigos rebeldes islâmicos ‘Séleka’ e a milícia cristã ‘anti-Balaka’ causou ainda 36 feridos e obrigou cerca de 10.000 civis a fugir de suas casas para escapar à violência, indicava um comunicado da MINUSCA, missão da Organização das Nações Unidas (ONU) naquele país.

O número e deslocados nesta zona subiu para 20.000, 15.000 dos quais procuraram refúgio junto à base da MINUSCA, que reposicionou as suas tropas para proteger os civis na região de Haute-Kotto, cuja capital é Bria.

Estes novos episódios de violência acontecem poucos dias depois de dezenas de pessoas terem sido mortas em ações das milícias em dois outros pontos sul do país.