O ex-Presidente timorense Taur Matan Ruak foi eleito unanimemente presidente do Partido de Libertação Popular (PLP) no congresso inauguração desta força política criada em finais de 2015 e que se apresenta pela primeira às urnas a 22 de julho.

Horas depois do fim do mandato, Matan Ruak foi aclamado no congresso do PLP que elegeu durante o fim-de-semana as estruturas do partido, incluindo os seis vice-presidentes, a Comissão Juridica, a Comissão de Fiscalização, Economia e Finanças e a Comissão Política Nacional.

A eleição de Taur Matan Ruak já era um dado adquirido mesmo antes dos votos, uma vez que foi o único nome apresentado para a presidência do PLP que começou na quinta-feira passada com 1363 delegados e “35 mil fundadores”, disse à Lusa Abel da Silva, da comissão organizadora do encontro.

No arranque, Taur Matan Ruak foi, ao mesmo tempo, a ausência mais evidente e a presença mais marcante – pelo menos nas camisolas e nos discursos dos congressistas – no primeiro dia do Congresso do partido, que diz assentar num “princípio de justiça social”.

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Praticamente todos os discursos se referiram a Taur Matan Ruak, com alguns militantes a garantirem que, a partir de sábado, o chefe de Estado e ex-guerrilheiro ia comandar o partido, que nasceu sob o lema “Hisik Kosar Ba Moris Diak”, “Suar pelo desenvolvimento e bem-estar”.

Depois, foi a apoteose com Taur Matan Ruak a assumir a liderança do partido que quer levar às urnas nas legislativas de 22 de julho.

Aos militantes, Matan Ruak deixou um discurso contra a corrupção, afirmando que o dinheiro nunca comprará a sua dignidade nem a do seu partido. “O meu sonho é que o sofrimento e as lágrimas sejam apenas para mim, não podem ir para os meus filhos e netos”, disse, apelando a que a ação política seja sempre em defesa do envolvimento dos cidadãos no processo de desenvolvimento.

O responsável disse que chegou a altura dos jovens assumirem um papel mais ativo no desenvolvimento, com a população a manter-se tolerante face às diferenças que existem na própria sociedade timorense. Adérito Soares, presidente interino do PLP até ao congresso deste fim de semana, disse à Lusa que o partido nasce como uma união, por um lado, de alguns veteranos da luta e, por outro, um grupo de intelectuais timorenses de entre 30 e 45 anos, formados sobretudo no estrangeiro.

“Estamos otimistas de que seremos um poder forte no cenário político de Timor. Terão de contar connosco. Se o voto fosse já daqui a uma semana, conseguiríamos no mínimo 15 lugares”, afirmou. Obter 15 lugares no parlamento de 65 implica conseguir, aproximadamente, 126 mil votos.