Javier Valdez, o jornalista mexicano que mais contribuiu para a investigação do narcotráfico, foi obrigado a sair do automóvel, colocado de joelhos, com as mãos nas coxas, e ouviu os assasinos falar “um minuto ou dois” antes de ser baleado com 12 tiros, revelam testemunhas da investigação ao jornal mexicano La Jornada.
Os funcionários do Ministério Público ouvidos pelo La Jornada estão a par da investigação e garantem que o jornalista terá chegado à redação do Ríodoce pelas 9h00 para uma reunião e saído pelas 14h00 da tarde – foi nesse momento que foi abordado e assassinado, a poucos metros da redação do jornal.
México. Crime organizado mata Javier Valdez, o jornalista que investigava o narcotráfico
Em Culiacán, onde o crime decorreu, apenas 9% das câmaras de videovigilância funcionam – e o governo local não investe na sua manutenção há mais de um ano – o que dificulta a identificação dos criminosos, justifica o Ministério Público.
Os jornalistas mexicanos exigem agora ao Ministério Público que torne públicos os detalhes da investigação do assassinato de Valdez. Na sexta-feira, um grupo de repórteres reuniu com o representante do estado de Sinaloa, Juan José Rios, para evitar que os culpados saiam ilesos. As autoridades pedem confiança no seu trabalho e não dão resposta às petições.
Javier Valdez, fundador do jornal Ríodoce, dedicou a sua carreira a investigar e denunciar os crimes de narcotráfico.