Bibiana Steinhaus. Ou só “Bibi”, como é também conhecida na Alemanha. Steinhaus nasceu em Bad Lauterberg, no norte do país, e trabalha como polícia em Hannover. Ao fim de semana, troca a farda pela chuteiras e apita jogos de futebol – como o pai, também ele ex-árbitro de futebol, apitou um dia. Bibiana Steinhaus é um dos melhores árbitro da atualidade (e é-o desde há muito) no futebol feminino. Volta e meia é convocada para participar em jogos no futebol masculino, mas sempre como quarto-árbitro.

Agora, ao fim de tantos anos no futebol – chegou à arbitragem em meados de 1995 e desde 1999 que chegou à alta-roda do futebol mundial, tendo apitado na Liga dos Campeões feminina e nos Jogos Olímpicos –, a Federação Alemã de Futebol anunciou que aos 38 anos Bibiana Steinhaus apitará (como árbitro-principal) pela primeira vez jogos da Bundelisga, a principal liga de futebol masculino na Alemanha.

Recordando que na década de 1950 as mulheres encontravam-se impedidas de disputar jogos de futebol, a nomeação de “Bibi” (a mais velha entre os árbitros que em 2017/18 vão apitar pela primeira vez um jogo na Bundesliga) está a ser encarada no país como um avanço na igualdade de género, dentro e fora dos relvados.

É a própria “Bibi” quem o reconhece em entrevista ao site da federação alemã: “Para qualquer árbitro, seja homem ou mulher, esta é a maior ambição: apitar na Bundesliga. Trabalhei durante muitos anos e enfrentei diversos contratempos. É por isso que estou muito feliz com a confiança que a comissão de arbitragem depositou em mim, provando que na arbitragem o que conta é a performance [e não o género]”.

Em 2014, como quarto-árbitro, Bibiana Steinhaus esteve presente pela primeira vez num jogo da Bundesliga, um Bayern Munich-Mönchengladbach. Mais tarde, em 2015, ver-se-ia envolvida na decisão de expulsar um jogo do Fortuna Düsseldorf, Kerem Demirbay, e este diria a Steinhaus no final que “as mulheres não têm lugar no futebol”. Demirbay foi castigado quatro jogos.

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