Os credores internacionais da Grécia (os fundos europeus e o FMI) não conseguiram esta segunda-feira um acordo com o Governo grego sobre as medidas a tomar em troca de mais desembolsos financeiros. As negociações esbarram nas medidas de alívio da dívida, além das que já foram concedidas, mas o calendário eleitoral na Alemanha continua a ter influência.

Numa reunião em Bruxelas entre os ministros das Finanças da zona euro, o organismo informal conhecido como Eurogrupo, o Governo grego recebeu elogios pelas medidas de contenção orçamental que têm sido tomadas nos últimos tempos e que têm sido moeda de troca para a sucessão de desembolsos financeiros ao abrigo do terceiro resgate. Contudo, apesar de a reunião ter durado oito horas, não foi possível chegar a um acordo sobre mais medidas de alívio da dívida com as quais o Eurogrupo espera atrair o Fundo Monetário Internacional (FMI) a participar financeiramente no resgate grego.

Os ministros concordaram que a Grécia terá de manter um saldo primário (positivo) de 3,5% do PIB nos cinco anos após o final do programa, em 2018, uma referência ao equilíbrio entre receitas e despesas do Estado (excluindo custos com pagamento de dívida). Mas sobre as medidas de reestruturação da dívida a conceder à Grécia caso cumpra o terceiro programa de resgate, não houve acordo.

“Vamos continuar a trabalhar no tema e tentar atingir um acordo na próxima reunião”, em julho, afirmou Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, citado por agências noticiosas como a Reuters. A Grécia precisa que esse acordo seja atingido para que seja dada luz verde a mais um desembolso e o país consiga cumprir com os pagamentos de dívida agendados para julho.

O que está em causa é um compromisso com mais um alívio da dívida grega no final do terceiro resgate, que acaba em 2018. A expectativa de alguns governos representados no Eurogrupo é que um compromisso sólido nesse sentido possa ser suficiente para que o FMI salte, finalmente, a bordo do terceiro resgate e assuma uma contribuição financeira, além da intervenção técnica que nunca deixou de ter. Na Alemanha, que tem eleições no outono, essa participação do FMI seria um trunfo importante para Angela Merkel.

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