Maria Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho e José Eduardo dos Santos são alguns dos clientes que não constam da lista de “pessoas politicamente expostas” que a Caixa Económica Montepio Geral deveria ter identificado e registado. Uma “falta de vigilância” que levou o Banco de Portugal, na sequência de uma auditoria, a avançar com um processo de contraordenação contra a anterior administração, liderada por Tomás Correia, avança o Diário de Notícias.

Este registo interno das Pessoas Politicamente Expostas (PEP) obriga os bancos, sempre que fazem um contrato de crédito, a perguntar ao cliente se é um “PEP” ou se foi titular de um cargo político nos últimos 12 meses. Mas, como algumas dessas pessoas já eram clientes, não houve atualização interna das listas e vários nomes ficaram fora da lista, incluindo o da mulher do ex-Presidente da República, Cavaco Silva, ou do Presidente de Angola.

A entidade supervisora considera assim que, ao falhar nesta vigilância a clientes VIP, não cumpriu com um dos mecanismos de prevenção ao branqueamento de capitais. O processo pode agora levar a multas de vários milhares de euros.

Mas esta não é a única situação a motivar uma ação do Banco de Portugal. Há uma segunda acusação do supervisor à gestão de Tomás Correia que incide sobre os créditos concedidos em 2014 à Rioforte e aos hotéis Tivoli, duas empresas do antigo Grupo Espírito Santo. Os administradores na altura terão aprovado o crédito já tendo conhecimento da situação financeira delicada do grupo liderado por Ricardo Salgado.

Ainda de acordo com o DN, anterior administração alega que só a 23 de julho de 2014 o Banco de Portugal alertou o Montepio para constituir imparidade na exposição à Rioforte – algo que, aliás, o próprio banco já tinha feito.

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