Para o cliente “comum”, a vanguarda da tecnologia, em termos de transmissões automáticas, estará nas caixas de dupla embraiagem com relações que podem ir até às 10 velocidades. Mas fabricantes automóveis como a norte-americana General Motors (GM) ou a japonesa Honda parecem estar já um passo (mais) à frente. Isto porque, de acordo com a britânica Car Magazine, ambas estarão a trabalhar numa nova caixa automática de 11 velocidades, mas com três sistemas de embraiagem.

Segundo a mesma publicação, as vantagens desta nova solução, ainda em desenvolvimento, prendem-se desde logo com uma poupança de combustível devido ao maior número de relações, a rondar os 5%, ao mesmo tempo que se garante um maior aproveitamento da melhor faixa de regime do motor – ou seja, aquela em que se alcança o máximo da eficiência, com o mínimo de desperdício. Simultaneamente, a tripla embraiagem assegura uma maior rapidez entre cada troca de velocidade, tornando todo o sistema mais contínuo e progressivo.

Numa altura em que, por exemplo, a Porsche se destaca por possuir uma caixa manual de sete velocidades, ao mesmo tempo que fabricantes como a Ford, GM e Lexus têm já em comercialização transmissões automáticas de dupla embraiagem e 10 velocidades, isto sem esquecer a cada vez maior disseminação de soluções como as DCT de sete relações ou as automáticas de nove velocidades, o surgimento de uma nova transmissão como a que a Honda e a GM estarão a desenvolver acaba por ser, também, uma resposta aos regulamentos cada vez mais restritivos, em termos de emissões, que se preparam para entrar em vigor em 2025. Embora, neste caso, cumprindo as metas, sem cercear aquela que pode ser a resposta plena dos motores.

Há mais à procura da caixa “certa”

Enquanto não existem ainda quaisquer datas para a estreia desta nova solução de transmissão, outros fabricantes procuram fazer igualmente o seu caminho. A começar pelo conhecido fornecedor alemão de transmissões ZF, que já avançou a possibilidade de, dentro de três a cinco anos, as caixas de seis velocidades poderem vir a contar com um motor eléctrico acoplado, capaz não só de servir como relação de arranque ou na ajuda à manobrabilidade, quando a velocidades mais baixas, mas também como mudança de marcha-atrás, através da reversão da polaridade do motor eléctrico.

A par da ZF, também o fornecedor italiano Graziano estará já a testar uma solução robotizada, a qual contempla um motor eléctrico escalonado, como forma de anular a inércia existente nas passagens das mudanças e eliminar o engrenar rígido que geralmente se sente.

Com normas mais apertadas, em termos de consumos e emissões, a entrarem em vigor já a partir de 2025, as transmissões automáticas poderão assim ser um dos elementos capazes de contribuir para que os fabricantes automóveis consigam manter-se dentro da lei. Sem que, para isso, tenham de matar a galinha de ovos de ouro – o prazer de conduzir.

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