A produção de arroz no vale do Sado deverá sofrer uma “quebra de cerca de 50% na campanha deste ano” devido à falta de água nas barragens, admitiu esta segunda-feira a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).

“Não tem chovido e as barragens não têm água suficiente para a produção habitual”, disse à Agência Lusa Joaquim Manuel, da AADS, adiantando que “alguns agricultores nem sequer vão iniciar a lavra porque sabem à partida que não vão ter água”.

“Os produtores de arroz precisam de cerca de 15.000 metros cúbicos de água por hectare, mas a Associação de Regantes do Vale do Sado só está a disponibilizar 8.500 metros cúbicos por hectare de terreno”, acrescentou o representante da AADS, que representa cerca de 60 produtores de arroz do vale do Sado.

Contactada pela agência Lusa, a Associação de Regantes do Vale do Sado confirmou as restrições no fornecimento de água aos cerca de 200 agricultores associados.

“Neste momento, as barragens do Pego do Altar e Vale de Gaio (concelho de Alcácer do Sal) estão muito abaixo da capacidade máxima de armazenamento de água”, disse à agência Lusa um funcionário da associação.

“A barragem do Pego do Altar, que tem uma capacidade de armazenagem de 97 milhões de metros cúbicos de água, tem apenas 27,9 milões, o que corresponde a pouco menos de 30% da capacidade de armazenamento, e a barragem de Vale de Gaio, que tem capacidade para 63 milhões de metros cúbicos, tem apenas 32,7 milhões de água, ou seja cerca de 52% da capacidade máxima”, disse.

A direção da AADS disse que está a avaliar a situação junto dos agricultores afetados, tendo em vista uma eventual tomada de posição, que só deverá acontecer no início da próxima semana.

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