“Gostaria de ter pedido o seu conselho. Gostaria que ela tivesse conhecido Kate e que tivesse visto as crianças crescer. Deixa-me triste que isso não vá acontecer, eles nunca a vão conhecer.” As palavras são do príncipe William que, numa entrevista inédita e em jeito de confissão à revista GQ, falou abertamente sobre a mãe que perdeu faz este verão 20 anos.
Quase duas décadas após a morte de Diana, também conhecida como a “princesa do povo”, William consegue finalmente falar sobre a mãe. À semelhança do que o irmão mais novo contara ao The Telegraph, foram precisos 20 anos para aqui chegar. “Estou num lugar melhor”, admitiu o duque de Cambrigde em entrevista à GQ, referindo-se à perda da mãe quando tinha apenas 15 anos. “Consigo falar mais abertamente sobre ela e de uma forma mais honesta. Consigo lembrar-me melhor dela e falar publicamente sobre ela”, continuou o príncipe de 34 anos.
Um desabafo que se segue ao testemunho que o irmão Harry também deu recentemente sobre a morte da mãe e do que sofreu até encarar de frente a sua ausência e pedir ajuda profissional.
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Demorei quase 20 anos para chegar a esta fase. Hoje ainda me custa, porque à data era tudo muito cru. E isto não é como o sofrimento da maioria das pessoas, porque toda a gente sabe o que aconteceu e conhece a história. É uma situação diferente da a maioria das pessoas que perde alguém de quem gosta, uma vez que isso pode ser escondido e as pessoas podem escolher partilhar a história.”
Talvez seja por isso que William destaca a importância da família, garantindo à publicação que, sem essa segurança, em casa nunca conseguiria fazer o seu trabalho. “A estabilidade em casa é importante para mim. Quero que os meus filhos cresçam num mundo feliz, estável e seguro, e isso é muito importante para nós enquanto pais”, comentou.
Prince William Covers British GQ’s July 2017 Issue – https://t.co/KWZg8r9dmO pic.twitter.com/0fb9z7WCKo
— Whazupnaija (@Wazupnaija) May 30, 2017
Apesar das dificuldades associadas ao papel do filho na realeza, William quer que George cresça num ambiente real (de vida real), fora das paredes e teto do palácio. “Os media dificultam isso, mas vou lutar para que eles tenham uma vida normal.”
A entrevista dada à GQ — cuja fotografia de William, tirada pelo fotógrafo Norman Jean Roy, é capa — tem como finalidade promover o debate sobre as doenças mentais e acabar com o estigma a elas associado: “Esmagar o tabu é o nosso maior objetivo. As pessoas não conseguem aceder aos serviços enquanto não se sentirem menos envergonhadas, temos de enfrentar o tabu, o estigma. Pelo amor de Deus, estamos no século XXI”.