“Gostaria de ter pedido o seu conselho. Gostaria que ela tivesse conhecido Kate e que tivesse visto as crianças crescer. Deixa-me triste que isso não vá acontecer, eles nunca a vão conhecer.” As palavras são do príncipe William que, numa entrevista inédita e em jeito de confissão à revista GQ, falou abertamente sobre a mãe que perdeu faz este verão 20 anos.

Quase duas décadas após a morte de Diana, também conhecida como a “princesa do povo”, William consegue finalmente falar sobre a mãe. À semelhança do que o irmão mais novo contara ao The Telegraph, foram precisos 20 anos para aqui chegar. “Estou num lugar melhor”, admitiu o duque de Cambrigde em entrevista à GQ, referindo-se à perda da mãe quando tinha apenas 15 anos. “Consigo falar mais abertamente sobre ela e de uma forma mais honesta. Consigo lembrar-me melhor dela e falar publicamente sobre ela”, continuou o príncipe de 34 anos.

Um desabafo que se segue ao testemunho que o irmão Harry também deu recentemente sobre a morte da mãe e do que sofreu até encarar de frente a sua ausência e pedir ajuda profissional.

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Demorei quase 20 anos para chegar a esta fase. Hoje ainda me custa, porque à data era tudo muito cru. E isto não é como o sofrimento da maioria das pessoas, porque toda a gente sabe o que aconteceu e conhece a história. É uma situação diferente da a maioria das pessoas que perde alguém de quem gosta, uma vez que isso pode ser escondido e as pessoas podem escolher partilhar a história.”

Talvez seja por isso que William destaca a importância da família, garantindo à publicação que, sem essa segurança, em casa nunca conseguiria fazer o seu trabalho. “A estabilidade em casa é importante para mim. Quero que os meus filhos cresçam num mundo feliz, estável e seguro, e isso é muito importante para nós enquanto pais”, comentou.

Apesar das dificuldades associadas ao papel do filho na realeza, William quer que George cresça num ambiente real (de vida real), fora das paredes e teto do palácio. “Os media dificultam isso, mas vou lutar para que eles tenham uma vida normal.”

A entrevista dada à GQ — cuja fotografia de William, tirada pelo fotógrafo Norman Jean Roy, é capa — tem como finalidade promover o debate sobre as doenças mentais e acabar com o estigma a elas associado: “Esmagar o tabu é o nosso maior objetivo. As pessoas não conseguem aceder aos serviços enquanto não se sentirem menos envergonhadas, temos de enfrentar o tabu, o estigma. Pelo amor de Deus, estamos no século XXI”.