O economista Joseph Stiglitz afirmou esta terça-feiraque “seria bom para o Eurogrupo ser liderado por alguém com um grande conhecimento da diversidade da zona euro”, considerando que o ministro português Mário Centeno tem essa capacidade.

Quando questionado sobre se o ministro português das Finanças é a pessoa indicada para presidir ao Eurogrupo, o prémio Nobel da Economia de 2001 respondeu afirmativamente: “Sim, acho que seria bom para o Eurogrupo ser liderado por alguém com um grande conhecimento da diversidade da zona euro”, disse Stiglitz numa conferência de imprensa integrada nas Conferências do Estoril.

O professor da Columbia University acrescentou que “é tempo de o Eurogrupo ser representado por alguém que tem mais conhecimento das dificuldades que a zona euro como um todo enfrenta”. Joseph Stiglitz referiu-se também ao atual presidente do grupo dos ministros das Finanças da área do euro considerando que Jeroen Dijsselbloem devia ter-se demitido depois das polémicas afirmações sobre os países do sul da Europa.

Como uma pessoa que está de fora, fiquei horrorizado com as afirmações de Dijsselbloem. São um exemplo das disfunções na Europa. E, quando fez afirmações como aquelas, devia ter-se demitido. Achei profundamente perturbador”, defendeu.

Em março, o presidente do Eurogrupo afirmou, em entrevista ao jornal Frankfurter Zeitung, que não se pode pedir ajuda depois de gastar o dinheiro em álcool e mulheres, referindo-se aos países do sul da Europa, declarações que foram criticadas em várias frentes, incluindo pelo Governo português, e relativamente às quais Dijsselbloem veio depois pedir desculpa.

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Joseph Stiglitz, que está esta terça-feira em Portugal para participar nas Conferências do Estoril, recebeu o Estoril Global Issues Distinguished Book Prize 2017 pelo livro “O euro e a sua ameaça ao futuro da Europa”, editado em Portugal em 2016.

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