Vários funcionários municipais e especialistas em trânsito estão a considerar pôr fim à circulação de carros, táxis e camiões em Times Square, em Nova Iorque. O debate foi motivado pelo atropelamento do passado dia 18 deste mês, que provocou a morte de uma pessoa e feriu outras 22.
Infelizmente, esta tragédia destacou a necessidade de ampliar o espaço para peões de Times Square”, disse Alyssa Pichardo, diretora sénior de transportes da Associação do Plano Regional, à Associated Press.
Vários especialistas defendem que a proibição de carros já aplicada na zona da Broadway deve ser alargada para a praça de Times Square. Evitar possíveis ataques terroristas está na base de alguns argumentos.
Esta é uma das áreas com mais tráfego do mundo e não podemos deixar que permaneça um ponto fraco para quem tem as piores intenções”, defende Ydanis Rodriguez, membro democrata do 10º distrito do Conselho de Nova Iorque.
“Estamos agora a ter uma discussão mais profunda sobre quais são os elementos de design indicados”, disse a Polly Trottenberg, comissária da transportadora da cidade, acrescentado que espera “que o espaço se torne convidativo e atraente para os pedestres”. Para David C. Kelly, antigo comissário assistente do Departamento de Contraterrorismo da Polícia de Nova Iorque, proibir o trânsito é atraente do ponto de vista da segurança, mas pede uma planificação cuidadosa.
Times Square é uma das zonas com mais tráfego de carros e pessoas em Nova Iorque e no mundo. A praça está lotada com grupos turistas, artistas de rua, vendedores ambulantes e trabalhadores. As centenas de vídeos time lapse espalhados na internet confirmam esta informação.
De acordo com os dados no site oficial do Times Square, mais de 300 mil pessoas por dia visitam a área, podendo atingir as 480 mil nos dias mais movimentados. Na cidade que nunca dorme, entre as 19h00 e a 1h00 da manhã, há 66 mil visitantes.
Proibir a circulação de trânsito na Sétima Avenida também está no debate, confirmou Trottenberg à Associated Press. Aliás, a rua está fechada desde o acidente do dia 18 de maio. Desde essa altura, foram instaladas barreiras temporárias que permanecem enquanto se aguarda por uma solução a longo prazo. Alyssa Pichardo coloca a hipótese de permitir trânsito na Sétima Avenida no início da manhã, para que as empresas possam receber entregas, e fechá-la depois desse periodo.
Os taxistas também entram no debate e tem uma posição contra ao fim da circulação do trânsito quer em Times Square, quer na Sétima Avenida. “Tudo o que acontece com o trânsito está a matar-nos”, disse Tony Hyseni, taxista, à Associated Press. “Andamos devagar, a perder tempo, dinheiro e tudo”, acrescentou. Os icónicos táxis amarelos podem deixar uma das praças mais famosas de Nova Iorque.