Maria de Lurdes tinha 80 anos. Foi encontra morta em casa, na localidade de Salreu, Estarreja, pela empregada doméstica. O cadáver foi escondido no interior da arca frigorífica. A morte de Maria de Lurdes, descoberta na tarde de segunda, é apenas mais uma para engrossar as negra estatística da violência contra idosos em Portugal.

Segundo o Jornal de Notícias, que cita números da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), só em 2016 mais de mil idosos foram violentamente agredidos. Muitos casos dizem respeito a roubos, outros a violência doméstica. Ainda de acordo com a APAV, pelo menos três idosos são vítimas de violência todos os dias, sendo a maioria (77,2%) do sexo feminino e com mais de 75 anos.

Muitas vezes os autores dessa violência são do círculo mais próximo das vítimas”, explicou ao Jornal de Notícias o presidente da APAV. E acrescentou, João Lázaro: “Precisamos de planos de ação para combater a violência. No caso especifico dos idosos, muito ou quase tudo ainda está por fazer, quer em termos de prevenção, quer de promoção dos direitos e proteção”.

A solução, acredita o presidente da APAV, pode estar nas políticas de proximidade. Mas não só. “No que diz respeito a situações de roubo, tudo tem a ver com isolamento das populações. Mas as políticas de proximidade não podem ser meramente policiais. Não basta apenas que a GNR passe nos locais; temos de ter políticas integradas de proximidade”, explicou.

Em 2015, o Governo de Passos Coelho aprovou uma resolução prevendo a criminalização do abandono de idosos, mas igualmente de todas as formas de violência e abuso, exploração ou discriminação. O atual Governo criou entretanto um grupo de trabalho sobre a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Ativo e Saudável e prevê apresentar nas dentro de semanas uma dezena de medidas para combater a violência contra idosos.

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