A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu esta quinta-feira que a presidência do Eurogrupo não devia ser um objetivo para Portugal, já que é “ingénuo” pensar numa mudança de orientação da instituição.

O Eurogrupo é uma instituição que não faz bem nenhum a nenhum país e a uma Europa que queira funcionar”, advogou a líder bloquista, em entrevista esta manhã à Antena 1.

Catarina Martins foi questionada sobre uma eventual liderança do atual ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, da cúpula de governantes das Finanças da moeda única, e assinalou que tal matéria é algo em que o BE não centra as suas preocupações.

De todo o modo, vincou, a presidência do Eurogrupo “não devia ser para o país um objetivo”, porque “nenhuma pessoa sozinha mudará” a “relação de forças” do Eurogrupo, e pensar o contrário seria “no mínimo ingénuo”.

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Na entrevista à rádio pública, a coordenadora bloquista reiterou a necessidade de o próximo Orçamento do Estado (OE) incorporar mudanças nos escalões de IRS. O Bloco defende “mais escalões de IRS concentrados nos escalões de baixo, onde está a generalidade das famílias portuguesas e a generalidade dos contribuintes”.

Se conseguirmos fazer isso em dois anos poderemos ter maior progressividade fiscal. A outra hipótese é fazer um esforço maior neste OE”, considerou Catarina Martins.

No que refere à posição conjunta assinada com o PS para viabilizar o atual executivo, e sobre o que falta fazer, a líder do BE destacou a necessidade de haver uma “promoção e defesa” dos serviços públicos, nomeadamente na Saúde e Educação.