Se não tivesse morrido em 1983, aos 49 anos, depois de onze anos de luta contra o alcoolismo, Mané Garrincha faria 84 anos no próximo dia 28 de outubro. Foi exatamente por isso que o prefeito de Magé, município que viu nascer o bicampeão do mundo, avançado histórico do Botafogo e da seleção brasileira, resolveu agora ir ao cemitério local à procura do local onde Garrincha estava sepultado.

Rafael Tubarão queria homenagear o filho pródigo da terra, no estado do Rio de Janeiro. Acabou por descobrir que os restos mortais do “maior driblador” do futebol brasileiro, que chegou a ser casado com a cantora Elza Soares, entre 1968 e 1983, estavam desaparecidos. “Se a família concordar, faço exumação nas sepulturas. E um DNA para saber se algum corpo é o de Garrincha”, disse ao jornal Extra, que divulgou a notícia.

No cemitério municipal de Raiz da Serra, em Magé, mais do que uma campa com o nome de Garrincha existem duas: uma coletiva, em que o jogador foi originalmente sepultado, em janeiro de 1983, juntamente com outros membros da família; outra individual, a 200 metros de distância, construída pela Prefeitura de Magé e devidamente assinalada com um obelisco, numa zona mais alta do cemitério.

Foi lá que a administração do cemitério procurou quando foi abordada por Rafael Tubarão, que queria saber afinal em qual dos dois sepulcros estava Garrincha. A informação que encontrou, e que transmitiu depois em relatório à Prefeitura, não lhe permitiu concluir o paradeiro dos restos mortais do futebolista: havia um registo de exumação do corpo mas não do local onde ele tinha sido posteriormente depositado.

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João Rogoginsky, 70 anos, primo do jogador, disse ao jornal que o levantamento do cadáver terá acontecido há cerca de 10 anos, quando outra pessoa da família morreu e “precisou ser enterrada naquele jazigo”.

“Eu não vi. Só me disseram que haviam tirado e colocado num nicho na parte superior do cemitério. Não deram nenhum documento disso”, acrescentou.

Rosângela Santos, uma das filhas do jogador, também garantiu que não viu nem sabe nada: “Fui informada pelo cemitério que haviam tirado o corpo do meu pai do local onde havia sido sepultado. Era uma cova que pertencia a uma tia que também já morreu. Disseram que estaria num nicho, mas não se tem certeza de nada. Ninguém da família foi informado da exumação do corpo. É difícil para mim e para minhas irmãs não saber onde está o corpo do nosso pai. Meu pai não merecia isso”.