As receitas subiram e os prejuízos desceram, mas não deixam de somar várias centenas de milhões de dólares. No primeiro trimestre do ano, as receitas da tecnológica Uber atingiram 3,4 mil milhões de dólares (3 mil milhões de euros), mais 18% do que no último trimestre de 2016. Quanto aos prejuízos, caíram 28,55% para 708 milhões de dólares (632 milhões de euros), avançou a CNBC.

“A redução dos nossos prejuízos coloca-nos numa boa trajetória em direção à rentabilidade”, afirmou fonte da Uber em comunicado à CNBC.

Os dados foram revelados pouco depois de o Wall Street Journal ter avançado que Gautam Gupta, responsável financeiro da startup liderada por Travis Kalanick estava de saída. Travis Kalanick explicou que Gautam é um “talento financeiro de classe mundial”. Esta é apenas uma das várias saídas que têm acontecido na tecnológica de Silicon Valley, desde que começaram a rebentar as polémicas sobre a cultura empresarial na empresa no início do ano.

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“Ao longo dos últimos quatro anos, foi indispensável para ajudar a construir a Uber, transformando-a de uma ideia para o negócio que é hoje. Não conseguiríamos isto sem ele e vou sentir falta da sua energia, foco e entusiasmo contagiante. Todos nós, na Uber, lhe desejamos bem para o próximo desafio”, afirmou.

Com prejuízos gigantes, a Uber vai conseguir sobreviver a “dar borlas”?

A Uber é o unicórnio (empresa avaliada em mais de mil milhões de dólares) mais valioso da história, com um recorde de 68 mil milhões de dólares, resultado de sucessivas rondas de investimento em capital de risco. Por não ser uma empresa cotada, não é obrigada a apresentar resultados, mas os números que têm vindo a público nos últimos meses indicam que o negócio está longe da sustentabilidade.

Evan Rawley, professor de Estratégia Empresarial na Columbia Business School, nos EUA, disse em março ao Observador que acredita que a Uber pode ser um negócio viável, mas duvida que algum dia seja o monopólio que está implícito na avaliação de 768 mil milhões de dólares que lhe é atribuída, neste momento. E deixa o alerta: “Os investidores não vão bancar os prejuízos da Uber para sempre”.

“Os investidores não vão bancar os prejuízos da Uber para sempre”