O governo espanhol, através da ministra da Agricultura, Pesca Alimentação e Ambiente, defendeu esta sexta-feira que o Acordo de Paris “não tem volta atrás nem é renegociável”, reagindo à retirada dos Estados Unidos, anunciada na quinta-feira pelo presidente Donald Trump.

“A União Europeia vai continuar a liderar [a luta contra as Alterações Climáticas] a nível mundial e Espanha vai estar nesta liderança, abrangendo todas as áreas, a redução de emissões e a ajuda técnica e financeira aos países em vias de desenvolvimento para que possam implementar os compromissos, e o reforço de alianças com parceiros, empresas e com a sociedade no geral”, afirmou Isabel García Tejerina, em conferência de imprensa após reunião do Conselho de Ministros espanhol.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira a retirada dos EUA do Acordo de Paris — assinado em 2015 por quase 200 países e ratificado por 147 -, dizendo que este pacto coloca em “permanente desvantagem” a economia e os trabalhadores norte-americanos, tendo proposto renegociar um “melhor” e “mais justo”.

A ministra espanhola recordou que o Acordo de Paris “reúne todas as nações em torno de uma causa comum e é um pacto solidário de todos com todos para promover um novo desenvolvimento socioeconómico”.

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No entanto, Isabel García Tejerina reconheceu que a retirada dos Estados Unidos é “uma má notícia” por ser um país que emite entre 14 e 17% dos gases de efeito estufa, o que o torna o segundo emissor mundial, atrás da China”.

“Agora é necessário redobrar os esforços e as alianças porque o acordo está em vigor”, afirmou. Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.

O acordo histórico teve como “arquitetos” centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China, e a questão dividiu a recente cimeira do G7 na Sicília, com todos os líderes a reafirmarem o seu compromisso em relação ao acordo, com a exceção de Donald Trump.