A ministra da Justiça foi hoje distinguida pelo Grupo Federal Afrosocialista do PSOE, em Madrid, pelo seu papel de apoio às minorias, entre elas a africana, e de ser “a primeira mulher negra no Governo luso”.

“Estou satisfeita por se tratar de um distinção recebida no estrangeiro, por pessoas que não têm propriamente uma relação constante comigo e que pertencem a uma vasta comunidade na qual eu me inscrevo pelas minhas raízes”, disse Francisca Van Dunem à agência Lusa, em Madrid.

A responsável governamental fez esta declaração à margem da 7.ª edição da Gala dos Prémios Afrosocialistas do PSOE onde recebeu o “prémio honorífico Pedro Zerolo”.

Van Dunem dedicou o prémio aos três filhos que tem, desejando que estes “nunca se sintam num limbo e se sintam orgulhosos da sua profissão”.

O Grupo Federal Afrosocialista é um grupo de trabalho sectorial do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) que tem por objetivo “trabalhar de forma direta e dar voz ao coletivo africano e afrodescendente em Espanha”.

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O grupo realça o facto de Francisca Van Dunem, que desde 2015 ocupa o lugar de Ministra da Justiça em Portugal, ser a primeira mulher negra do Governo português e há anos ocupar postos na magistratura, tendo sido membro do Conselho Europeu Contra o Racismo e a Xenofobia.

Os afrosocialistas espanhóis também sublinham a “firme defesa” da responsável portuguesa na realização de censos que tomem em consideração o elemento étnico-racial, para desta forma dotar o Estado de informação concreta que lhe permita adotar políticas públicas específicas para as diversas comunidades, “com o fim de acabar com as desigualdades que continuam a atingir as minorias étnicas em vários países”.

Pedro Zerolo morreu em 2015 e é considerado um dos mais destacados ativistas pelas questões LGBTI em Espanha, nomeadamente o direito ao casamento e adoção entre casais homossexuais.