A polícia afegã disparou para o ar e com canhões de água durante um protesto que juntou cerca de 500 manifestantes em Cabul na sequência o atentado que na quarta-feira fez 90 mortos e 463 feridos na cidade.

Os manifestantes, que se reuniram junto ao local do atentado, marchavam em direção ao palácio presidencial de Cabul para reclamar a demissão do governo, quando alguns tentaram quebrar um cordão de segurança, levando a polícia a reagir. Gritos contra o governo e frases como “Morte aos talibãs” eram acompanhados de imagens da destruição provocada pelo ataque e de fotografias de membros do governo.

O lojista Mohammad Anwar disse à Associated Press que quatro membros da sua família morreram no ataque. “Apelamos ao Presidente Mohammad Ashraf Ghani que se demita”, disse.

Uma militante da sociedade civil, Rahila Jafari, disse por seu lado à France-Presse: “Os nossos irmãos e irmãs morreram no ataque sangrento de quarta-feira e os nossos dirigentes não fazem nada para pôr fim a esta carnificina”. “Queremos justiça”, acrescentou.

Os serviços de informação afegãos acusaram a rede Haqqani, um grupo armado aliado dos talibãs e responsáveis por vários ataques contra as forças estrangeiras e locais no Afeganistão, de terem cometido o atentado. Os talibãs, por seu lado, negaram qualquer implicação no ataque.

O Presidente afegão poderá em breve autorizar, como represália, a execução de 11 prisioneiros talibã em Haqqani. Um atentado com um camião armadilhado junto ao bairro diplomático de Cabul na manhã de quarta-feira fez 90 mortos e mais de 400 feridos, além de ter provocado danos em várias embaixadas. O atentado, um dos piores dos últimos anos no Afeganistão, ainda não foi reivindicado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR