No comentário deste domingo, Luís Marques Mendes disse na SIC ser cada vez mais provável a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio Geral, uma vez que essa solução reúne o consenso do Governo, Presidente da República e Banco de Portugal. O comentador disse que, “a concretizar-se esta entrada”, a participação da Misericórdia no capital “pode chegar ao limite de 10%”. No entanto, adiantou que a Santa Casa de Lisboa não deverá avançar sozinha e revelou que esta semana haverá “uma reunião a este respeito”, entre Pedro Santana Lopes, provedor da Misericórdia de Lisboa e Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias.

Em relação a um dos temas quentes da semana, a escolha do embaixador Júlio Pereira Gomes para secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa — vulgo serviços secretos — Marques Mendes disse que era importante o Parlamento ouvir Jaime Gama, que era ministro dos Negócios Estrangeiros em 1999. O diplomata está debaixo de fogo sobre as decisões que tomou em Timor-Leste — na fase dos conflitos após o referendo à independência realizado esse ano — sobre a saída dos portugueses do território (é acusado por Ana Gomes e por dois jornalistas de estar a mentir). “É fundamental ouvir Jaime Gama que era MNE naquela altura e que acompanhou toda a situação”, afirmou Marques Mendes. “O depoimento de Gama é fundamental.”

Quanto ao caso das buscas à EDP e à constituição de António Mexia e outros gestores da elétrica como arguidos, o comentador pensa que o processo surge de repente porque, como os factos reportam a 2007, pode ter a ver com os “dez anos para eventual extinção de procedimento criminal”. Recordando que as chamadas rendas excessivas da EDP foram muito discutidas no tempo da troika, eram uma questão tratada no plano político e económico. “Introduziu-se agora um plano criminal de que ninguém estava a espera”, com estas “suspeitas de que pode haver crimes”, afirmou Marques Mendes que identificou aqui “um nicho” para o Bloco de Esquerda pressionar o Governo.

Ao comentar o regresso das greves, que do seu ponto de vista têm muito a ver com a aproximação de eleições, o ex-líder do PSD voltou a dizer que era “um absurdo” uma greve de juízes porque são órgãos de soberania e não trabalhadores por conta de outrém. E acrescentou: “Mais absurdo é fazerem greve em agosto. É uma forma de prejudicarem o processo eleitoral, porque são os juízes que têm de autorizar as candidaturas autárquicas. Fica-lhes muito mal. Devem ponderar muito bem. Os juízes — que têm razão na questão de fundo que é o estatuto — perdem a razão na forma como atuam”, concluiu o comentador.

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