Foi encontrado um tumor ovariano que continha pelo menos cinco dentes e alguns fragmentos de osso no esqueleto de uma mulher enterrada no Convento do Carmo, em Lisboa. Este tumor chama-se teratoma porque é formado por tecidos estranhos que crescem descontroladamente quando “óvulos ou espermatozoides imaturos não se desenvolvem corretamente, produzindo órgãos de outras partes do corpo”, explica a New Scientist. O teratoma desta mulher, que teria 45 anos quando morreu, tinha 4,3 centímetros e foi encontrado na região pélvica do esqueleto.

Este esqueleto foi um dos quarenta e dois cadáveres que, entre 2010 e 2011, foram desenterrados do Convento do Carmo durante escavações no cemitério que foi utilizado desde o início do século XV até ao terramoto de 1755, quando o convento da Ordem dos Carmelitas da Antiga Observância foi destruído. O tumor, o terceiro em todo o mundo encontrado em escavações arqueológicas, foi depois enviado para a Universidade de Coimbra para ser analisado. As análises, que deram origem a um relatório publicado no Journal of Paleopathology, não permitiram saber se o tumor foi a causa da morte desta mulher.

Esta é uma descoberta importante porque os cientistas sabem que os teratomas são um tipo de tumor benigno comuns em ovários e testículos, representando 20% dos casos. No entanto, só agora começam a ser descobertos teratomas em cadáveres muito antigos, significando que este não é um fenómeno exclusivo do estilo de vida do Homem na atualidade. O maior teratoma alguma vez descoberto tinha 45 por 25 centímetros e foi descoberto no ovário de uma mulher de 74 anos. Mais recentemente, foi descoberto um teratoma que se desenvolveu até formar um tumor com formato de feto, e que tinha cabeça e pulmões, no corpo de uma mulher virgem de 25 anos.

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