Modelo que inaugura a segunda geração de automóveis da mais jovem e estatutária das marcas do Grupo PSA, o DS7 Crossback tem chegada prevista ao mercado para o início de 2018, embora seja já o veículo oficial do novo Presidente de França, Emmanuel Macron.

A DS convidou o Observador para uma primeira espreitadela àquele que será o seu futuro navio-almirante. O qual, apesar de para já disponível apenas numa versão pré-série e, como tal, com vários acertos ainda a fazer, deixou uma impressão positiva – principalmente, naquela que será a versão de lançamento, denominada “La Première”.

Apostada numa estratégia de forte crescimento, que passa pelo lançamento de mais seis novos modelos até 2022 (três dos quais, SUV), a DS começa a sua ofensiva no Velho Continente atirando-se, desde logo, a um dos segmentos de maior expressão, como é o C-SUV. Recorrendo, para tal, a um carro que assume, ele próprio, capital importância na afirmação de uma marca automóvel de aspiração premium, que se anuncia capaz de oferecer produtos excepcionais, apoiados em serviços exclusivos e igualmente de excepção. Como? Vamos por partes.

Alemães são o alvo a abater

Começando pelo automóvel, trata-se, basicamente, de oferecer uma proposta de luxo, refinada e tecnológica, que procura distinguir-se da forte e dominadora concorrência alemã, com base no reconhecido savoir-faire francês, ao combinar materiais de excelência, trabalho artesanal e inovação.

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Depois, e a par da diferenciação proposta pelo automóvel, é toda uma nova realidade de exclusividade e de sensações únicas que a marca francesa se propõe oferecer, a começar pela disponibilização de espaços premium específicos – em Portugal, seis (Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Setúbal e Faro) -, onde o cliente se poderá dirigir para um primeiro contacto com o mundo DS, e até mesmo com o seu potencial futuro automóvel. Não fisicamente é certo, mas através da tecnologia da realidade virtual que a marca designa de DS Vision. Nós já o experimentámos e ficámos fãs!

Porque a DS pretende igualmente ser a primeira marca a dar início ao processo de venda do automóvel na Internet, o primeiro passo para a compra de um DS7 terá sempre de começar com o preenchimento de um formulário online (no caso de o cliente não ter acesso à Net, poderá fazê-lo no próprio concessionário), o qual será, em seguida, enviado para os serviços da marca. A partir daí, são estes que assumem toda a responsabilidade quanto não só à evolução da venda, como relativamente a futuros contactos.

Concluído o processo de compra, juntamente com a viatura, o cliente passa a dispor de uma série de serviços acessórios, materializados num programa de fidelização a que a marca deu o nome de Only You, e que, entre outras vantagens, disponibiliza um número único e exclusivo de contacto, um serviço de vallet (basicamente, um chauffeur que, sempre que necessário, poderá assumir a condução), assistência em viagem, aluguer de viaturas DS (DS Rent), assim como a inscrição no Club DS Privilège, promotor de eventos exclusivos para os seus membros.

E quanto ao DS7 Crossback? Faz-se luz

O SUV é, basicamente, o centro em redor do qual tudo isto orbita, posicionando-se desde logo como um produto de requinte e de excelência, mas também como o exemplo perfeito de um objeto que se pretende belo, segundo os cânones franceses.

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Enquanto automóvel, o DS7 Crossback afirma-se como uma proposta 100% SUV, reconhecível desde logo pelas linhas exteriores, com o luxo o refinamento, facilmente perceptíveis, a fazerem-se notar através de aspectos como a iluminação DS Active LED Vision – assinatura visual omnipresente e marcante, que é também o primeiro exemplo da tecnologia de vanguarda que a DS procurou incorporar no seu novo topo de gama, e que, associada a piscas dinâmicos, tem por base um projector principal em LED, mais três módulos igualmente em LED, mas rotativos, que se iluminam a partir do momento da abertura das portas. Projectando, então, uma luminosidade púrpura rotativa a 180º.

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Na estrada, esta tecnologia oferece, de forma automática, até um total de seis modos de iluminação: Parking, para melhor mostrar o espaço em redor quando estamos a estacionar; Town Beam, o modo em que a amplitude do feixe de luz é maior, para que o condutor possa ver melhor a berma; Country Beam, para velocidades acima dos 50 km/h, com o feixe de luz mais focado no espaço à frente; Motorway Beam, para velocidades em auto-estrada acima de 110 km/h, com o projector e os módulos a elevarem um pouco mais o feixe de luz, já mais intenso; Adverse Weather, que entra em acção quando os limpa-vidros estão accionados, com o feixe a surgir expandido, graças a uma maior potência de iluminação da parte dos módulos, ao mesmo tempo que projector principal reduz a intensidade; High Beam, modo que se acciona através da comutação automática dos máximos, iluminando a estrada em comprimento e largura; e, finalmente, Dynamic Bending Light (DBL), em que os faróis seguem a trajectória do carro nas curvas, de forma a iluminar melhor a estrada.

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Ainda em termos de iluminação, luzes traseiras com tecnologia 3D Full LED, com tratamento tridimensional em forma de escamas e assinatura luminosa, que os técnicos da marca designam de 3D Rear Lights. E que contribuem para a imagem avant-garde que o DS7 Crossback transmite quando visto de trás, com a marca a afirmar ser inspirada no concept car DS E-TENSE. Mas que, pelo menos a nós, fez-nos lembrar, pelo impacto, solidez, afirmação, o SUV mais estatutário da alemã Audi, o Q7.

No interior, alguma coisa a destacar?

Muita coisa! A começar, pelos dois enormes ecrãs de 12” – um a preencher o chamado painel de instrumentos e totalmente personalizável, o outro em posição baixa na consola central e táctil – que, pelas suas dimensões, evidenciam-se num habitáculo com outros motivos de interesse. Entre os quais e apesar da unidade que nos foi dada a observar pouco poder confirmar, já que se tratava de um “pré-pré-série” (as palavras são do director da marca DS para Portugal e Espanha, Olivier Quilichini), um ambiente que se prevê repleto de materiais nobres (madeira, Alcantara, couros granulados e napa) e elaborado com especial atenção ao detalhe – os assentos em couro ostentarão um desenho tipo bracelete de relógio, a costura será do tipo “ponto de pérola” e até os botões da consola central cromada surgirão decorados segundo o ornamento guilhochado “Clous de Paris”, uma das técnicas de acabamento utilizadas pelas melhores casas de relojoaria. Arte que no DS7 Crossback se manifesta inclusivamente através do relógio escolhido para o habitáculo, modelo único resultado de uma parceria com a casa francesa BRM. O qual, denominado R180, sai do seu estojo no topo da consola central, ficando visível para todos, sempre que o condutor liga a ignição.

A prometida habitabilidade generosa confirma-se, nomeadamente nos lugares traseiros, com muito espaço para pernas (já não tanto em altura…), aquecimento, ventilação e encostos cuja inclinação pode ser electricamente ajustada (até 22º) através de um botão específico na porta. Tudo isto a par de uma óptima capacidade de carga na bagageira, fixada inicialmente nos 555 litros.

Em termos de personalização, o cliente pode optar entre cinco ambientes distintos, quatro cujo nome remete para bairros emblemáticos de Paris – Bastille, Rivoli, Faubourg e Ópera -, ao passo que o quinto é de inspiração mais desportiva, adoptando o nome de Performance Line.

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A pensar nos melómanos, um sistema de som premium concebido pela francesa Focal, denominado Electra, e que, composto de 14 altifalantes cuidadosamente distribuídos pelo habitáculo, promete convencer os mais exigentes. Nós, infelizmente, não o podemos ouvir, mas ficamos à espera de poder confirmar tais atributos…

E aquelas tecnologias da moda, não há?

Se estivermos a falar das chamadas tecnologias de ajuda à condução e segurança, há, e muitas. É o caso do DS Connected Pilot, que a marca descreve como “mais um passo rumo à condução autónoma”, já que não só regula autonomamente a velocidade em função do veículo que vai à frente (adaptive cruise control), como mantém o DS7 Crossback permanentemente na sua faixa de rodagem (lane position assist), conseguindo mesmo imobilizá-lo, em caso de trânsito parado e nunca por mais de três segundos, para retomar a marcha logo a seguir. Tudo isto, sem intervenção do condutor e a velocidades até 180 km/h.

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Igualmente presente, o DS Safety, solução que agrupa um conjunto de seis funções, como o DS Night Vision (câmara de infravermelhos capaz de detectar, na noite, peões e animais no percurso, até uma distância de 100 metros, assinalando-os no painel de instrumentos), o DS Driver Attention Monitoring (mais uma câmara de infravermelhos, montada acima do volante, que analisa em permanência os sinais de fadiga do condutor, alertando-o), o já referido DS Active LED Vision, a vigilância activa dos ângulos mortos, a travagem automática de emergência e o reconhecimento dos painéis de sinalização. Assim como o DS Park Pilot, função que permite ao automóvel estacionar de forma totalmente autónoma, seja em paralelo ou em espinha, sem que o condutor tenha de engrenar qualquer marcha, tocar no volante ou nos pedais. Ora veja:

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A pensar também no conforto, uma nova tecnologia que a DS define como “a suspensão DS do século XXI”, a DS Active Scan Suspension. Trata-se de uma solução activa por câmara que, colocada atrás do pára-brisas, vai lendo, permanentemente e numa distância até 5 metros, as imperfeições da estrada à frente da viatura. Adaptando, a partir daí e com base não só nessa informação, mas também na recolhida por quatro sensores e três acelerómetros, a resposta individual de cada roda, cuja suspensão se vai tornando mais rígida ou mais flexível, consoante as necessidades do momento.

OK, a coisa promete. Então, e motores?

Quanto a isso, a oferta também promete ser ampla, contemplando seis motores: dois THP a gasolina, com potências que vão dos 180 aos 225 cv de potência, ambos acoplados a uma nova caixa automática de oito velocidades (EAT8); um Puretech a gasolina de 130 cv, com caixa manual de seis velocidades; e dois BlueHDi a gasóleo, com potências entre os 130 e 180 cv, ambos disponíveis apenas com caixa automática que a DS garante conseguir reduções de até 4% nos consumos, maior prazer de condução, graças a passagens de caixa mais flexíveis e discretas, e acesso permanente ao Advanced Traction Control, para maior motricidade em pisos mais degradados.

E se os mais atentos estarão já a interrogar-se o que é feito do sexto motor, a verdade é que o “esquecimento” tem forte razão de ser – não só o facto de ser o único que não estará disponível desde o início da comercialização, mas apenas na Primavera de 2019, mas principalmente por ser aquele que mais expectativas desde já gera. Porquê? Porque se trata da tão aguardada motorização híbrida. A qual tem por base um motor térmico a gasolina de 200 cv e dois motores eléctricos (um no eixo dianteiro, outro no traseiro) de 80 kW cada, que, apoiados por uma bateria de iões de lítio de 90 kW, garantem mais 100 cv de potência. Assegurando assim não só uma potência total de 300 cv, mas também uma tracção permanente 4×4, apoiada numa uma transmissão automática de oito velocidades, electrificada tal como o eixo traseiro.

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Com a capacidade de recarregamento das baterias tanto através do aproveitamento da energia desperdiçada na desaceleração e na travagem, como através de ligação a uma tomada eléctrica, o DS7 Crossback E-Tense (é este o nome desta versão híbrida plug-in) anuncia, nesta última modalidade, tempos de carregamento, em tomada de 16 amperes, de apenas quatro horas e meia. Mas que pode ser ainda mais reduzido, para menos de duas horas e meia, quando feito numa tomada doméstica de 32 amperes (modo acelerado), desde que utilizando para tal um carregador de 6,6 kW.

Com as baterias totalmente carregadas, o DS7 Crossback E-Tense pode, a partir daí, funcionar então num de três modos: 100% eléctrico (ZEV), opção que permite uma autonomia máxima de 60 km; híbrido, para distâncias maiores sem recarga; e combinado ou sport, para momentos de maior emoção ao volante.

Alguém viu a tabela de preços?

Infelizmente, isso ainda não existe. Ou que, pelo menos, não foi divulgada. Neste momento, o mais que se consegue revelar tem a ver com a decisão já tomada pelos responsáveis da DS de arrancar com a comercialização do seu novo e futuro topo de gama com uma edição especial e limitada, com tudo o que é possível de dispor neste modelo (até a pintura metalizada e as jantes de 20” são de série). Mas que tem de ser forçosamente reservada até ao final de 2017, recorrendo para tal, única e exclusivamente, ao site da marca.

Denominada DS 7 Crossback “La Première”, esta edição está disponível apenas com as motorizações mais potentes, tanto a gasolina (THP 225 S&S) como a gasóleo (BlueHDi 180 S&S), ambas acopladas à nova caixa automática EAT8. Sendo que, para efectuar uma reserva, o cliente terá de preencher o formulário que está disponível no site, entregando em seguida uma caução de 2.000€, para depois, no momento da entrega da viatura, proceder então à compra do veículo. O que poderá ser feito tanto através da modalidade de pronto pagamento, como recorrendo a financiamento em ALD.

E aqui, sim, caro leitor, já temos um preço estimado: 50 mil euros para a motorização a gasolina, 60 mil para o DS7 Crossback “La Première” a gasóleo. Mais coisa, menos coisa…

É caro? É barato? Tem dúvidas? Não se preocupe, pois vai poder ver o DS7 Crossback ao vivo em Portugal, e ainda antes do arranque da produção, em Outubro. A filial nacional vai expô-lo durante um roadshow ainda sem datas marcadas, mas a tempo de poder fazer a sua encomenda.