É mais uma história dos momentos de horror vividos em Londres no sábado à noite, durante o ataque terrorista que matou pelo menos sete pessoas e feriu cerca de 48. Desta vez, um português natural de Constantim, Vila Real, é o protagonista. Chama-se Carlos Pinto e conta ao Jornal de Notícias como esteve a pouco mais de metro e meio da faca de um dos atacantes e como ajudou a prestar os primeiros socorros a uma das vítimas.

Segundo conta o Jornal de Notícias, Carlos Pinto é um enfermeiro português a viver e trabalhar em Londres e estava no mercado de Borough no sábado à noite quando os três atacantes, que já tinham atropelado pessoas na Ponte de Londres, começaram a esfaquear aleatoriamente naquela zona de restaurantes e bares. Em declarações àquele jornal, diz que viu um homem “de pele escura e barba negra” a gritar e a impedir a saída das pessoas do restaurante. Não se lembra de muito, contudo. Apenas de ver “a boca dele a mexer muito” e a reação das pessoas ter sido de “atirar cadeiras e copos ao atacante, que recuou um ou dois metros e o restaurante conseguiu fechar o portão”.

A partir daí, conta, ficaram em isolamento durante cerca de duas horas, até a polícia abrir os portões. Mas os estragos já tinham sido feitos e várias pessoas tinham sido esfaqueadas. Foi o caso de uma jovem, na casa dos 17 ou 18 anos. Segundo conta aquele enfermeiro, foi ele e uma amiga, que não quis ser identificada, que prestaram os primeiros socorros àquela jovem que “tinha uma ferida profunda no tórax e perdeu cerca de meio litro de sangue”.

Os cuidados foram os possíveis: gelo, toalhas para estancar a hemorragia, e ainda fita-cola castanha “daquela para colar caixas”, que ajudou a juntar a pele. Carlos Pinto não sabe entretanto o que aconteceu à jovem, apenas que saiu do local numa ambulância.

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Apesar das medidas de segurança necessárias, o enfermeiro português conta ao mesmo jornal como não gostou do tratamento agressivo da polícia. “Entendemos a dificuldade da polícia, mas fomos tratados com muita agressividade, principalmente verbal, até perceberem que éramos vítimas e não terroristas”, diz.

No final da noite, quando Carlos e o grupo com quem estava saíram da zona vedada (a pé e sem escolta policial), alugaram uma carrinha-táxi e, conta, passaram algumas horas a transportar pessoas para as suas casas — pessoas que tinham fugido do local sem dinheiro e bens pessoais. A conta chegou às 180 libras, cerca de 200 euros, segundo conta, dizendo que não espera reaver o dinheiro da “boa ação”.

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