Kirsty Boden é a terceira vítima conhecida do atentado terrorista em Londres. Enfermeira, auto-declarada “viajante”, tinha estado há pouco tempo em Lisboa e assistido à vitória de Salvador Sobral na Eurovisão, em Kiev. Boden era uma australiana, tinha 28 anos e estava em Londres desde 2009. Terá morrido, segundo a família, enquanto socorria pessoas perto da zona de London Bridge, onde três homens armados com facas fizeram sete mortos no sábado à noite.

Boden era originalmente do sul da Austrália e trabalhava como enfermeira na área de recobro do Guy’s Hospital, não muito longe do local onde o ataque decorreu. Estava a trabalhar em Londres há quatro anos e, num breve comunicado, a família descreveu uma jovem “muito extrovertida”, “gentil e generosa” cuja paixão era ajudar os outros. “Ajudar pessoas era o que ela mais gostava de fazer, tanto no seu trabalho como no seu dia-a-dia”. Impelida por esta missão, Boden terá perdido a vida precisamente por ter tentado ajudar outros feridos enquanto ainda não era seguro. “Foi quando correu em direção ao perigo para ajudar pessoas na ponte que Kirsty perdeu a vida. Estamos muito orgulhosos da sua coragem que demonstra o quão altruísta, carinhosa e heróica era a sua personalidade”.

Segundo escreve o diário britânico Guardian Kirsty Boden descrevia-se a si mesma desta forma: “Sou uma viajante, a vossa típica sonhadora com um emprego a tempo inteiro e um desejo constante de conhecer locais onde ainda não estive”, escreveu Boden que acrescentou ainda: “Correndo o risco de utilizar um lugar-comum: a vida é curta e devemos utilizar o tempo com sabedoria”.

O hospital onde Kirsty trabalhava disse que ela tinha sido “uma enfermeira fora de série” e um “membro muito importante da equipa que acompanhava a recuperação dos doentes depois das operações”. Os colegas juntaram a sua voz à do Serviço Nacional de Saúde para descreverem a jovem como “uma num milhão” que “fazia sempre mais do que era pedido para cuidar bem dos seus pacientes”.

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James McMullan, o “incrivelmente talentoso” irmão mais velho

James McMullan, com 32 anos, de Hackney no Leste de Londres, não era visto desde que na noite de sábado se ausentou do bar para fumar um cigarro, cinco minutos antes de a carrinha que os terroristas utilizaram para atropelarem pessoas ter entrado pelos vidros do Barrowboy and Banker, o bar em na rua principal de Borough onde McMullan estava com os amigos.

Apesar de ainda não haver confirmação oficial da polícia, Melissa McMullan, irmã de James, disse que o cartão de crédito dele tinha sido encontrado num corpo perto do local onde ele foi visto a primeira vez. A sua irmã, tal como a polícia, já tinha colocado uma fotografia de James nas redes sociais apelando a todos os que tivessem informação sobre “o mais incrível e mais talentoso irmão mais velho do mundo” que as fizessem chegar à família. Segundo Melissa, James estava prestes a lançar-se no mundo das start-ups, através de uma plataforma de ensino online.

“Da parte de todos os amigos que estavam com ele, eles querem que toda a gente saiba a alma caridosa e generosa que o James era. As palavras nunca conseguirão preencher o vazio da sua ausência. Em lugar algum será possível encontrar um humor que se compare ao seu. A sua personalidade era única. Os amigos e a família estavam à frente de tudo o resto. Era uma inspiração”, disse Melissa McMullan em comunicado.

Tal como James, que ainda não foi oficialmente nomeado como vítima, também a australiana Sara Zelenak, com 21 anos, que trabalhava como ama. A tia de Sara mostrou-se muito emocionada numa entrevista com a televisão australiana, assumindo a possível perda da sobrinha.

Chrissy Archibald, de 30 anos, foi a primeira vítima identificada. Também canadiana, Archibald trabalhava com cidadãos sem-abrigo e a família pediu a todos que quisessem honrar a sua memória que fizessem doações a associações de ajuda humanitária.

Chrissy, a primeira vítima confirmada do atentado em Londres, era “bonita e amorosa”