Numa altura em que o mundo procura unir esforços em prol do ambiente, limitando emissões de gases nocivos e apostando em energias mais limpas e renováveis, o novo presidente dos Estados Unidos da América, um dos países mais poluidores do mundo, anunciou recentemente a decisão de abandonar o acordo celebrado, em Dezembro de 2015, por várias nações, em Paris. Decisão política que acaba de receber uma resposta da indústria automóvel, com a BMW a garantir que não pretende alterar o compromisso já assumido com a sustentabilidade e a defesa do planeta.

Num comunicado entretanto emitido, o grupo automóvel germânico defende que “a protecção do ambiente e a prosperidade económica devem seguir de mãos dadas com o futuro”. Pelo que “o Grupo BMW manterá um já longo e inabalável compromisso com a redução das emissões de gases que contribuem o efeito de estufa”, “tanto ao nível da produção, como nos esforços permanentes de redução do consumo de combustível”.

“Enquanto agente económico, o Grupo BMW encontra-se há já vários anos comprometido com o panorama económico e diálogo internacional que levou ao Acordo de Paris”, o qual “saúda”, acrescentando que, “apesar dos desafios e de alguns desapontamentos, não há dúvida de que o combate contra o aquecimento global exige a participação de todos os participantes a um nível global – nacional, regional, assim como dos governos e do sector privado”.

Assim, e “tal como no passado, o Grupo BMW continuará a trabalhar ao nível internacional – incluindo com os seus parceiros norte-americanos – de forma a contribuir para a redução dos gases que provocam o efeito de estufa e contra o aquecimento global”.

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Mundo protesta

Apesar da decisão norte-americana, países como a China e a Índia, ou blocos políticos como a União Europeia, todos eles, a par dos EUA, os maiores poluidores a nível mundial, garantiram já pretender manter-se fiéis aos princípios do Acordo de Paris. Com líderes mundiais como a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, a não deixarem de manifestar o seu “desapontamento” com a decisão de Donald Trump.

Num comunicado lido por um porta-voz, o actual Governo conservador britânico revelou que “o Presidente Trump telefonou à primeira-ministra para dialogar sobre a sua decisão de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris”, tendo a primeira-ministra expressado “o seu desapontamento com a decisão norte-americana” e sublinhado que “o Reino Unido continua comprometido com esse mesmo acordo, tal como já referiu no último encontro do G7”. Theresa May terá ainda afirmado que “o Acordo de Paris oferece o enquadramento certo, a nível global, com vista aos esforços de protecção da prosperidade e segurança para as gerações futuras, mantendo a energia acessível e segura, tanto para os nossos cidadãos, como para os negócios”.

Quanto a Trump, terá deixado “claro que a porta permanece aberta com vista a um futuro envolvimento dos Estados Unidos da América no acordo”, sendo que “tanto o presidente [dos EUA], como a primeira-ministra [do Reino Unido], concordaram na importância de continuarem a cooperar em assuntos energéticos de forma mais ampla”.

Entretanto, outros líderes mundiais manifestaram posição idêntica à de Theresa May, com Donald Trump a receber uma condenação generalizada pela sua decisão.