Khurum Butt, um dos autores do ataque desta semana na ponte de Londres e que já tinha estado envolvido nos ataques terroristas de julho de 2005, teve acesso aos túneis do metro londrino que passam sob o Palácio de Westminster, casa do parlamento britânico.
De acordo com o britânico Daily Mail, já depois de ter sido visado num documentário em que aparecia num dos parques de Londres a envergar uma bandeira do Estado Islâmico e de ter sido interpelado pela polícia, o terrorista desempenhou funções no metro da capital inglesa. Em maio do ano passado, Butt surgia numa foto tirada na estação de West Kensington: colete laranja, com o símbolo da empresa ao peito e as linhas de metro por trás. Teve, nesse período, acesso aos túneis que percorrem o espaço subterrâneo do palácio de Westminster. Acabaria por ser afastado da empresa pela fraca assiduidade.
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— Daily Mail U.K. (@DailyMailUK) June 6, 2017
Ora, quando a foto foi tirada, Butt — sabe-se agora — já tinha estado envolvido nos ataques 7 de julho de 2005, em Londres. Nesses ataques, em menos de um hora (à hora de ponta, sublinhe-se) foram detonadas três bombas nas linhas de metro da cidade. Um autocarro foi também alvo de um ataque. Morreram 52 pessoas, ficaram feridas outras 700.
Butt, que, depois desses atentados, teve acesso livre à rede de Metro, frequentava à data ginásio um muçulmano da zona Este de Londres que era gerido por Sajeel Shahid, o homem que terá colaborado na disponibilização de armas para o ataque de 2005, de acordo com o jornal britânico.
As imagens de Butt num jardim de Londres, com uma bandeira do Estado Islâmico, são posteriores a esse atentado. Constam de um documentário do Channel 4 que foi emitido no país mas que, mesmo assim, não suscitou alarme suficiente para o MI5 (serviço de segurança do Reino Unido) tivesse avançado com quaisquer detenções. O paquistanês de 27 anos chegou ao Reino Unido como refugiado, ainda em criança, com dois anos.
O jihadista era casado, pai de dois filhos e nos últimos tempos — como demonstra o documentário do Channel 4 — não fazia qualquer esforço para dissimular o seu fundamentalismo islâmico. Um fundamentalismo que o levava a apelidar de “não muçulmanos” os muçulmanos que não usassem barba e a não falar diretamente com mulheres. Butt já tinha sido expulso de uma mesquita da capital britânico por se revelar duro com fiéis menos fundamentalistas que ele próprio.