Khurum Butt, um dos autores do ataque desta semana na ponte de Londres e que já tinha estado envolvido nos ataques terroristas de julho de 2005, teve acesso aos túneis do metro londrino que passam sob o Palácio de Westminster, casa do parlamento britânico.

De acordo com o britânico Daily Mail, já depois de ter sido visado num documentário em que aparecia num dos parques de Londres a envergar uma bandeira do Estado Islâmico e de ter sido interpelado pela polícia, o terrorista desempenhou funções no metro da capital inglesa. Em maio do ano passado, Butt surgia numa foto tirada na estação de West Kensington: colete laranja, com o símbolo da empresa ao peito e as linhas de metro por trás. Teve, nesse período, acesso aos túneis que percorrem o espaço subterrâneo do palácio de Westminster. Acabaria por ser afastado da empresa pela fraca assiduidade.

Ora, quando a foto foi tirada, Butt — sabe-se agora — já tinha estado envolvido nos ataques 7 de julho de 2005, em Londres. Nesses ataques, em menos de um hora (à hora de ponta, sublinhe-se) foram detonadas três bombas nas linhas de metro da cidade. Um autocarro foi também alvo de um ataque. Morreram 52 pessoas, ficaram feridas outras 700.

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Butt, que, depois desses atentados, teve acesso livre à rede de Metro, frequentava à data ginásio um muçulmano da zona Este de Londres que era gerido por Sajeel Shahid, o homem que terá colaborado na disponibilização de armas para o ataque de 2005, de acordo com o jornal britânico.

As imagens de Butt num jardim de Londres, com uma bandeira do Estado Islâmico, são posteriores a esse atentado. Constam de um documentário do Channel 4 que foi emitido no país mas que, mesmo assim, não suscitou alarme suficiente para o MI5 (serviço de segurança do Reino Unido) tivesse avançado com quaisquer detenções. O paquistanês de 27 anos chegou ao Reino Unido como refugiado, ainda em criança, com dois anos.

O jihadista era casado, pai de dois filhos e nos últimos tempos — como demonstra o documentário do Channel 4 — não fazia qualquer esforço para dissimular o seu fundamentalismo islâmico. Um fundamentalismo que o levava a apelidar de “não muçulmanos” os muçulmanos que não usassem barba e a não falar diretamente com mulheres. Butt já tinha sido expulso de uma mesquita da capital britânico por se revelar duro com fiéis menos fundamentalistas que ele próprio.