É a notícia do dia em Inglaterra mas não teve o mínimo eco em Portugal: de acordo com fontes citadas pela Sky Sports, o Liverpool pode virar atenções para Gelson Martins caso falhe a contratação de Salah, da Roma. Como o extremo tem uma cláusula de 60 milhões de euros e o Sporting não parece disposto a abdicar desse valor, o negócio seria o maior de sempre dos leões e de um jogador da Liga portuguesa, igualando a verba com que Hulk trocou o FC Porto pelo Zenit (sendo que os dragões receberam menos de metade disso). E reforçaria ainda mais uma tendência: os miúdos da formação verde e branca podem não dar títulos mas fartam-se de fazer títulos nos jornais.

Só a Academia não vai chegar. Este clube anda há 15 anos à procura do título mas enquanto for só a formação a sustentar a qualidade da equipa vai ser curto para conquistar o Campeonato. Temos de aproveitar a qualidade que vem da Academia e depois conseguir jogadores como Dost ou Alan Ruíz para ter uma equipa forte”, admitiu Jorge Jesus no final do último encontro da temporada, em casa, frente ao Desp. Chaves, quando utilizou Beto (Rui Patrício ficou de fora por opção), Ricardo Esgaio, Rúben Semedo, Palhinha (William Carvalho estava castigado), Adrien Silva, Gelson Martins, Daniel Podence, Matheus Pereira e o suplente utilizado Francisco Geraldes. Um recorde: oito da formação de início.

Ainda assim, e sendo ou não curta para ganhar o Campeonato, a formação continua a ser uma espécie de galinha dos ovos de ouro do Sporting em relação a vendas: no top-10 das maiores alienações de sempre dos leões estão sete elementos saídos da escola verde e branca (e, como tal, com custos residuais de contratação). Além de Rúben Semedo, que foi para o Villarreal por 14 milhões de euros (e 20% de uma futura transferência), há os casos de João Mário (Inter, 40 milhões mais cinco por objetivos), Nani (Manchester United, 25,5 milhões), Cristiano Ronaldo (Manchester United, 15 milhões), João Moutinho (11 milhões mais 3,5 pela saída do FC Porto para o Mónaco, dos quais o clube recebeu apenas 2,7 após disputa em tribunal), Simão (Barcelona, 12,5 milhões) e Hugo Viana (Newcastle, 12,5 milhões).

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Além destas vendas, e olhando ainda para o top-10, “sobram” apenas Slimani (Leicester, 30 milhões mais cinco por objetivos), Marcos Rojo (Manchester United, 20 milhões) e Aldo Duscher (Deportivo, 12,5 milhões, esta ainda em 2000, após a quebra do jejum de 18 anos sem títulos). Uma outra curiosidade: os dez jogadores formados no Sporting e que estiveram no Campeonato da Europa de 2016 (foto em baixo) renderam 106,7 milhões de euros (sem contar com outras receitas por objetivos) em apenas seis vendas (José Fonte saiu a custo zero, Rui Patrício, William Carvalho e Adrien mantêm-se em Alvalde).

Fora das dez maiores transações mas também formados no clube e vendidos nos últimos 15 anos estão Bruma (Galatasaray, 10 milhões mais três por objetivos), Miguel Veloso (Genoa, 9 milhões), Tiago Ilori (Liverpool, 7,5 milhões), Cédric Soares (Southampton, 6,5 milhões), Quaresma (Barcelona, 6 milhões num negócio que envolveu também a cedência de Rochemback) ou Eric Dier (Tottenham, 5 milhões).

De registar também que, das dez maiores vendas de sempre do Sporting, quatro foram feitas de 2014 para cá (João Mário, Slimani, Rojo e Rúben Semedo). E ainda se fala da possibilidade de William Carvalho e/ou Adrien Silva, que foram campeões europeus de seleções em 2016, poderem sair neste defeso caso apareçam propostas interessantes nesse sentido. Gelson Martins? É complicado. Até porque não chegou qualquer proposta a Alvalade nem ninguém acredita que o Liverpool consiga bater a cláusula dos 60 milhões.