A festa quer-se rija. E rijas têm sido as festas da Discotexas ao longo destes dez anos, editora fundada em Lisboa em 2007 por Bruno Cardoso (Xinobi) e Luís Clara Gomes (Moullinex). Esta quarta feira é dia de aniversário e a celebração acontece a partir das 22h no Musicbox com uma atuação da The Discotexas Band, grupo que junta Xinobi, Moullinex e Da Chick (Teresa de Sousa) para reinterpretarem ao vivo os seus temas e canções que fazem parte do catálogo da editora ou de artistas que admiram e cujo DNA se pode encontrar no sangue da editora: Mirror People, Kamp!, Justin Faust, Peaches, entre outros.

Ao longo destes dez anos a Discotexas tornou-se numa das editoras portugueses mais internacionais e foram essenciais para sedimentar e revitalizar o circuito de DJs portugueses além fronteiras. No catálogo contam com mais de setenta edições, em formato físico (CD e vinil) e digital. Este ano colocaram cá fora o segundo álbum de Xinobi, On The Quiet, e no próximo dia 26 chega às lojas a compilação 10COTEXAS, uma celebração da primeira década de existência. O single de apresentação, com o apropriadíssimo nome “Family Affair”, pela The Discotexas Band, já anda por aí.

Segundo os fundadores, Bruno Cardoso e Luís Clara Gomes, a editora surgiu “pela necessidade de editar a nossa música. A Discotexas existia como coletivo de DJs e produtores que estavam a crescer e que precisavam de exposição. Além disso chegava-nos às mãos muita música que gostávamos e que não tinham edição prevista. Não podíamos editar tudo o que queríamos, mas conseguimos lançar aqueles que mais se destacavam.”

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É uma história comum mas é uma que mostra um ativismo que tem marcado a história de algumas bandas e projetos portugueses neste século, na ausência de canais suficientes com meios e vontade para divulgar tudo o que se faz por cá, cria-se uma estrutura própria para servir esse propósito. Foi assim que a Discotexas nasceu e é isso que tem alimentado o seu crescimento ao longo destes anos. Hoje são uma editora internacional, com uma família extensa de artistas que vêm de quase todos os cantos do mundo.

Tinham ideia que ia ser assim? “De maneira nenhuma. Apesar de haver uma vontade enorme de fazer muitas coisas ninguém esperava poder chegar a 2017 e ter conseguido o que alcançámos. Tem sido uma bola de neve em termos de crescimento mútuo. A Discotexas cresce com os seus artistas e eles crescem com a Discotexas. Tentamos fazer as coisas em família. Aliás, o primeiro tema da Discotexas Band que vem na compilação ’10COTEXAS’ chama-se “Family Affair” por isso mesmo.”

No futuro próximo “vamos editar nas próximas semanas novos singles de Moullinex, Da Chick e Hemi, e depois do Verão o terceiro disco de Moullinex e um álbum de remisturas de Throes + The Shine. Vamos fazer mais algumas festas “10COTEXAS” porque achamos que o aniversário não se deve esgotar em pouco tempo.” Enquanto o futuro não chega, há que viver o presente e celebrar juntamente com eles, no Musicbox, a primeira das festas do décimo aniversário, com a The Discotexas Band. Bruno Cardoso e Luís Clara Gomes deixaram-nos ainda algumas memórias e momentos dos primeiros dez anos da Discotexas.

Edições

“O primeiro 12”, Forbidden Cuts [2010], com temas de Moullinex, Xinobi e Rockets: era a prova que conseguíamos fazer as coisas por nós próprios, editar algo físico e não apenas distribuir os temas gratuitamente. Editar álbuns de Xinobi e Moullinex e as duas compilações Picnic [2012 e 2013] e 10COTEXAS foram importantes pelo investimento, pela responsabilidade de estarmos a lidar com projetos maiores e importantes para as pessoas envolvidas.”

As festas

“As festas Discotexas Picnic em Paris, Barcelona, Amesterdão e Lisboa. Juntar artistas, a família, e poder mostrar a nossa música nestas festas foi incrível. A maior, em Lisboa, foi o take over do Coliseu durante o Vodafone Mexefest em 2013. Ver as pessoas a chegar durante a noite e acabar com o Coliseu cheio a dançar é algo que nunca vamos esquecer.”

Rádio

“O nosso programa de rádio na Vodafone FM, ‘Forbidden Cuts’. Para além dos sets que fazemos é fantástico poder partilhar os nossos gostos musicais num programa de rádio. É uma forma diferente de partilha. Das edições da Discotexas a clássicos, passado pelos temas que mais nos entusiasmam, tudo cabe no nosso programa.”