A exposição solar controlada traz benefícios para a saúde ao nível das doenças dermatológicas, da depressão e da estrutura óssea, disse à Lusa o investigador do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica do Porto, João Costa Amado.

João Costa Amado falava à Lusa a propósito da sessão “Sol (e) água na saúde e na doença“, promovida pelo ICS e que visa alertar para os benefícios e perigos do sol e as vantagens que poderão surgir com a utilização da água termal em termos de medicação e qualidade de vida.

Esses “benefícios físicos e psíquicos” são acrescidos quando se trata da população “com idade mais avançada”, sendo “muito importante” para os estimular a nível cerebral, indicou o docente do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica, Responsável pelo mestrado em Gerentologia e Cuidados Geriátrico.

Apesar das vantagens identificadas, o especialista alertou para os riscos que uma exposição ao sol desprotegida pode trazer, sendo “fundamental” a utilização de protetor solar de forma repetida, o uso de chapéu e óculos.

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“Recomenda-se, principalmente para as crianças, para as pessoas com a pele clara ou que tenham problemas de saúde associados, um protetor com fator [de proteção] solar 50″, sendo o 30 o mínimo aconselhado, de forma a evitar os “escaldões”.

Segundo o docente, devem ser evitadas exposições entre as 11h00 e as 17h00, período durante o qual as radiações são mais fortes, devendo as pessoas buscar sempre uma zona com sombra, que lhes permita proteger das horas de maior calor.

“Deve-se também ter atenção à exposição solar em caso de toma de determinados medicamentos (como antibióticos e remédios para tratamento da acne), que podem agravar os efeitos adversos da radiação”, referiu, acrescentando que “o consumo não controlado do sol” reflete-se “num aumento da incidência de cancro”.

Relativamente à água termal, outro dos assuntos abordados durante a sessão, João Costa Amado indicou que os seus efeitos benéficos proporcionam uma melhor qualidade de vida e uma redução na medicação habitualmente consumida para controlar certas doenças, como é o caso da artrite reumatoide.

O docente defende ainda a necessidade de ingestão de águas controladas, de forma a evitar doenças infecciosas e contaminações, sobretudo nas camadas mais jovens, visto que depois dessa faixa etária “vai-se criando alguma resistência a nível intestinal”.

Se não temos água canalizada, precisamos ter a certeza de que a que consumimos está em condições“, passando-se o mesmo “quando vamos para países onde não temos segurança sobre as análises bacteriológicas”, sendo mais adequado, nesses casos, adquirir este produto engarrafado.

Na iniciativa “Sol (e) água na saúde e na doença”, a decorrer hoje a partir das 17h30, participam, para além do docente, a fisiatra Isabel Santos, do Hospital de Paris (França), e o dermatologista António Massa.

Esta é a penúltima sessão do ciclo de conferências “Quintas com Saúde”, projeto que tem como objetivo, segundo o coordenador João Costa Amado, prestar um serviço à comunidade e, sobretudo, aumentar a literacia da população em relação à saúde.