O autor do ataque a um polícia junto à catedral de Notre Dame, em Paris, na passada terça-feira, foi acusado de tentativa de homicídio e ligação a organização terrorista, anunciou o procurador do Ministério Público, François Molins, numa conferência de imprensa.

O homem, ex-jornalista, nasceu na Argélia em 1977 e encontrava-se legalmente em França, tendo o Ministério Público pedido a sua prisão preventiva por tentativa de homicídio de uma pessoa depositária de autoridade pública, disse Molins. De acordo com o procurador, as autoridades encontraram na residência do agressor um computador, uma máquina fotográfica, um telemóvel e numerosos documentos de propaganda do grupo extremista Estado Islâmico, a quem prestou lealdade em vídeo. O acusado também tinha um arquivo de documentação sobre os atentados terroristas em Bruxelas, em março do ano passado, e em Paris, em novembro de 2015.

Identificado como Farid Ikken, o suspeito chegou a França em março de 2014 e é casado com uma mulher de nacionalidade sueca. Com residência em Cergy-Pontoise, no noroeste de Paris, o homem não estava sinalizado pelos serviços policiais e não tem cadastro criminal, segundo a cadeia “LCI”. François Molins disse que o homem se terá radicalizado através da Internet e que tem o “perfil de um iniciante”, que os serviços antiterroristas temem tanto quanto os extremistas treinados para realizar ataques.

Segundo anunciaram esta semana as autoridades, o atacante é está a tirar um doutoramento em ciências da informação e “não tinha dado sinais de radicalização”. A polícia francesa encontrou ainda, na noite de terça-feira em sua casa, um vídeo em que proclamava a sua pertença ao grupo Estado Islâmico e reivindicava as suas futuras ações. Segundo fonte próxima da investigação, o homem disse ser “um soldado do califado”.

O homem atacou um polícia com um martelo na passada terça-feira, enquanto gritava: “Isto é pela Síria!”. O polícia agredido, de 22 anos, ficou ferido sem gravidade e foi hospital. França participa na coligação internacional que opera na Síria e no Iraque para erradicar o Estado Islâmico. Desde 2015 que tem sido alvo de uma série de atentados, que já fizeram 239 mortos, tendo os mais recentes ataques visado as forças de segurança.

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