A agência de notação financeira Moody’s desceu o ‘rating’ da África do Sul para Baa3, o último patamar antes do nível especulativo, geralmente conhecido como ‘lixo’, mas manteve a Perspetiva de Evolução Negativa sobre a qualidade do crédito.

“A Moody’s desceu hoje os ‘ratings’ da dívida de longo prazo do Governo da África do Sul de Baa2 para Baa3, atribuindo uma Perspetiva de Evolução Negativa”, lê-se num comunicado divulgado na sexta-feira ao final do dia, em Londres.

A Moody’s é a única agência de ‘rating’ que ainda dá uma avaliação de investimento credível às emissões de dívida da África do Sul, ao contrário da Fitch e da Standard & Poor’s, que já desceram a avaliação que fazem da qualidade do crédito soberano do país.

O processo de descida do ‘rating’ iniciou-se no princípio de abril, quando o ministro das Finanças foi o primeiro de vários membros do Governo a serem mudados pelo Presidente Zuma, o que desencadeou uma crise política e várias manifestações nas ruas das principais cidades do país.

Entre as principais razões para esta descida, a Moody’s salienta “o enfraquecimento da moldura institucional, a redução das perspetivas de crescimento, que refletem a incerteza política e o progresso mais lento nas reformas estruturais, e a contínua erosão da força orçamental devido ao aumento da dívida pública e consequentes vulnerabilidades”.

A economia da África do Sul entrou inesperadamente em recessão no primeiro trimestre deste ano, a primeira vez que isso acontece desde 2009, um ano marcado pelo rescaldo da recessão económica originada no setor financeiro dos Estados Unidos.

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