Há precisamente uma semana por esta hora, já um dos três terroristas que atacaram Londres nessa noite tinha tentado alugar um camião de 7,5 toneladas. O plano de ataque sobre civis na London Bridge era ainda mais ambicioso do que acabou por resultar, já que em vez de uma carrinha, a ideia inicial passava por utilizar um veículo pesado para investir sobre quem passasse àquela hora na London Bridge. A revelação foi feita, entre outras, pela polícia britânica.

Do ataque da noite de sábado passado, em Londres, resultaram oito mortos e 48 feridos. Mas a polícia britânica revelou agora que o resultado podia ter sido ainda mais trágico, atingindo mais pessoas. De acordo com o chefe da unidade antiterrorista da polícia metropolitana de Londres, Dean Haydon, “poderia ter sido ainda pior”. As autoridades acreditam que se o aluguer do camião tivesse sido concretizado, as proporções do ataque teriam sido semelhantes àquele que aconteceu em Nice, em julho do ano passado, e que teve uma preparação minuciosa na altura – morreram 86 pessoas.

E o aluguer do veículo pesado falhou apenas por acaso, de acordo com as mais recentes informações recolhidas pela polícia. Khhuram Butt, o atacante de 27 anos, não conseguiu concluir a operação de aluguer por falhas nos detalhes de pagamento. Dean Haydon explicou que quando Butt “não forneceu detalhes de pagamento, o aluguer não avançou. Os efeitos poderiam ter sido ainda piores”, acredita.

O terrorista acabou por mudar de planos. Horas antes do atentado, às 17h50, alugou a carrinha da marca Renault, numa chamada feita a partir de um cartão telefónico comprado recentemente por Butt, e combinou que seria entregue na manhã seguinte, as 10h. Foi com essa carrinha que, às 21h58 da noite de sábado passado, atropelou várias pessoas na London Bridge. Três morreram.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As outras cinco mortes aconteceram logo depois, quando os três atacantes — Khuram Shazad Butt (27 anos), Rachid Redouane (30) and Youssef Zaghba (22) — saltaram da carrinha e apunhalaram pessoas na rua. A polícia sabe agora que os homens tinham facas, com lâminas de 30 centímetros cor-de-rosa, atadas aos pulsos com fitas de pele e ainda bombas feitas com gasolina no interior da carrinha. Pouco depois do ataque os três atacantes foram abatidos pelas autoridades policiais.

Na madrugada deste sábado, numa operação policial na zona leste de Londres no âmbito da investigação ao ataque de sábado, foi ainda detido um homem de 27 anos suspeito de preparar ataques terroristas. Isto além de outro homem, de 28 anos, que foi detido numa zona residencial, pelas mesmas suspeitas. Este suspeito alugou um apartamento na mesma zona de Londres (Barking), que a polícia suspeita de poder ser uma casa-segura, onde encontrou um Corão aberto numa página dedicada ao martírio.

O chefe da unidade antiterrorista da Scotland Yard disse, citado pelo The Guardian, que a polícia britânica espera deter ainda mais gente, na mega operação que decorrer desde o atentado na London Bridge, e que as atenções estão também viradas para “os que possam sentir-se inspirados pelos ataques recentes”. Por isso mesmo, Dean Haydon apelou a que as empresas de aluguer de veículos reportem situações em que pessoas tentem aluguer de camiões ou carrinhas apresentarem “qualquer razão particular”.