No passado mês de abril, apenas 46 enfermeiros provenientes de um estado-membro da União Europeia (UE) se registaram no Conselho de Enfermagem e Obstetrícia britânico para exercer naquele país. Em julho de 2016, tinham ido trabalhar para o Reino Unido 1.304 enfermeiros da UE. Feitas as contas, desde o voto de Brexit, no início do verão passado, as chegadas de enfermeiros àquele país caíram 96%, noticiam esta segunda-feira vários órgãos de comunicação.

Embora esta quebra seja ligada ao processo de saída do Reino Unido da UE, o Conselho de Enfermagem avança que a introdução, em janeiro de 2016, de testes de língua inglesa para enfermeiros vindos da UE também terá contribuído para esta redução, escreve a BBC.

No final de março estavam registados no Royal College of Nurses mais de 656 mil enfermeiros, dos quais 5,5% eram provenientes da União Europeia, noticia o The Guardian. A trabalhar efetivamente no sistema nacional de saúde britânico há cerca de 21 mil enfermeiros da UE, o equivalente a 7% do total do pessoal de enfermagem.

Com esta quebra nos registos, os alarmes voltam a soar naquele país, dada a falta de profissionais nesta área.

Em maio, o Royal College of Nursing divulgou, com base em inquérito feito, que um em cada nove lugares de enfermagem no sistema de saúde britânico estava por preencher. E os sindicatos apontam para um défice de 40 mil profissionais de enfermagem.

Um porta-voz do departamento de saúde britânico já veio dizer, lembra a BBC, que os enfermeiros assumem um papel “valioso” no serviço nacional de saúde do Reino Unido e que devem ser uma prioridade nas negociações do Brexit.

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