A Coreia do Norte libertou um dos quatro norte-americanos que tinha atrás de grades no seu país, dando um passo à frente num possível apaziguamento das relações com Washington D.C., que atingiram um novo pico nos últimos meses. Otto Warmbier, estudante de 22 anos, foi levado para uma base militar dos EUA em Sapporo, no Japão, e chegou à cidade norte-americana de Cincinatti, no Ohio, esta terça-feira.

A família de Otto Warmbier contou ao Washington Post que lhes foi dito que o seu filho ficou em coma pouco depois do seu julgamento, em março de 2016. Segundo a sua família, Otto Warmbier terá contraído botulismo, um tipo de intoxicação alimentar potencialmente fatal, depois de lhe ter sido dado um comprimido para dormir.

“Seguindo ordens do Presidente, o Departamento de Estado garantiu a libertação de Otto Warmbier da Coreia do Norte”, anunciou o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, esta terça-feira. Em relação aos três norte-americanos, todos de ascendência coreana, que estão detidos pelo regime de Pyongyang, o chefe da diplomacia dos EUA disse que “continua a haver conversações com a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte]”.

“Por respeito pela privacidade do senhor Warmbier e da sua família, não temos mais comentários”, disse Rex Tillerson, que, no Senado, recusou comentar a saúde daquele cidadão norte-americano.

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Otto Warmbier, estudante do estado da Virginia, foi detido em 2016 e mais tarde condenado a 15 anos de trabalhos forçados por “atos hostis contra o Estado” norte-coreano. O estudante, que foi detido à porta de um avião que o levaria para fora do país, foi julgado depois de alegadamente ter roubado um cartaz de propaganda durante uma visita à Coreia do Norte. Depois de ter feito uma conferência de imprensa onde pediu perdão em lágrimas, o cidadão norte-americano confessou o crime e referiu que um membro de uma igreja metodistas do Ohio lhe tinha prometido um carro usado no valor de 10 mil dólares em troca do cartaz, considerado “um troféu”.

Esta notícia surge no mesmo dia em que o antigo basquetebolista Denis Rodman volta à Coreia do Norte, onde já foi recebido com honras de Estado pelo ditador Kim Jong-un. Ainda antes de ser conhecida a libertação de Otto Warmbier, quando lhe perguntaram se ia falar com o líder da Coreia do Norte sobre os norte-americanos presos naquele país, o ex-jogador dos Chicago Bulls disse: “Esse não é o meu objetivo neste momento”.

Conflito EUA-Coreia do Norte nas mãos de Dennis Rodman (segundo o próprio)