Uma aplicação no smartphone permite multiplicar as viagens carregadas no cartão Andante sem pagar por elas. A fraude já foi detetada pelos Transportes Intermodais do Porto, que confirma ao Observador estar a tentar resolver o problema.

A informação foi avançada pelo site de tecnologia Aberto até de madrugada, que refere que “milhares de pessoas” têm andado a viajar sem pagar nos transportes públicos do Porto, “regravando continuamente o seu cartão Andante de modo a que esteja sempre carregado”. A fraude faz-se apenas em smartphones com Near Field Communication (NFC), uma tecnologia semelhante ao Bluetooth que permite a troca de informações sem fio, sendo necessária apenas uma aproximação física.

Para multiplicar as viagens, é necessário ter um cartão Andante carregado, que será então copiado. A app permite depois repor essa cópia indefinidamente, com viagens que nunca foram pagas pelo utilizador. Os passes mensais escapam a este método.

Contactado pelo Observador, o gabinete de comunicação dos Transportes Intermodais do Porto (TIP), o consórcio que reúne a Metro do Porto, STCP e CP, as empresas públicas em que o Andante é válido, confirma que detetou a fraude “há cerca de três meses”. E fala ainda de “outra técnica mais sofisticada”, sem especificar qual. Mas recusa que haja milhares de pessoas a fazer uso desta tecnologia. “Tem uma expressão pontual, temos a noção de que é residual“, sublinha, sem também adiantar números concretos.

Os novos cartões Andante não impedem a fraude, mas os TIP já começaram a implementar algumas medidas para impedir os carregamentos fraudulentos. Outras serão postas em prática em breve. “Não posso adiantar nada por motivos de segurança, mas vamos reduzir à mínima expressão possível a possibilidade de hackear cartões”, afirma fonte do gabinete. Os cartões detetados já foram bloqueados informaticamente, uma vez que cada cartão tem um número único.

Para resolver o problema, não será necessário produzir novos cartões Andante. As máquinas dos fiscais que andam no Metro e na STCP permitem detetar se o cartão validado foi carregado ilegalmente e já foram apanhadas algumas pessoas, que serão levadas a tribunal por fraude. “Temos também uma queixa-crime contra incertos“, revela.

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