O músico e compositor Durval Moreirinhas, de 80 anos, que acompanhou nomes como Amália Rodrigues e José Afonso, apontado como um dos “históricos” da canção de Coimbra, morreu segunda-feira, em Lisboa, disse hoje o músico Rui Pato. A mesma fonte disse à Lusa que o funeral do músico deve realizar-se na quinta-feira em Oliveira do Hospital, na Beira Litoral.

Durval Araújo Cerqueira Moreirinhas nasceu em Celorico de Basto, na Beira Alta, a 11 de abril de 1937, e aos dez anos foi residir para Coimbra, e aos 15 anos, entrou para a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, mas os primeiros estudos musicais fez com o seu pai.

De António Menano a Amália Rodrigues, participou na gravação de mais de três dezenas de discos, segundo dados da Fundação Amália Rodrigues, com nomes como Luiz Goes, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Machado Soares, António Bernardino, Sutil Roque, Barros Madeira, Gomes Alves, Armando Marta, Sousa Pereira, Almeida Santos, Arménio Marques dos Santos, Lacerda e Megre, José Miguel Baptista, José Mesquita, Germano Rocha, Rui Gomes Pereira, Frederico Vinagre, Janita Salomé e o grupo Alma de Coimbra.

Durval Moreirinhas acompanhou músicos como Jorge Godinho, Eduardo de Melo, Ernesto de Melo, António Andias, Octávio Sérgio, João Bagão, Fontes Rocha, Ricardo Rocha, Manuel Mendes, Carlos Couceiro, João Alvarez, e Ricardo Dias e Antonio José Moreira.

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“O Durval Moreirinhas é um talento criador, que trouxe mais brilho á canção de Coimbra, e à música portuguesa, um histórico sem dúvida alguma”, referiu Fernando Machado Soares em novembro de 2006, quando o violista recebeu o Prémio Amália Música de Coimbra, com Jorge Tuna, músico com o qual estava a preparar um novo álbum.

No texto do programa dos Prémios Amália lê-se que “a sua viola fez-se ouvir em várias partes do mundo, do Olympia de paris ao Lincoln Center de Nova Iorque, passando pela Suécia, Espanha, Alemanha, Brasil, Argentina, Canadá, Japão, Angola, Cabo Verde, Itália, Macau e Hong Kong”.

Segundo a mesma fonte, Duarval Moreirinhas constituiu, com Jorge Tuna, um dos duos “mais marcantes da música instrumental coimbrã, com uma atividade de mais de 50 anos”. Com o compositor José Niza, gravou em 1961, as primeiras baladas de José Afonso, exclusivamente acompanhadas à viola, “Balada Aleixo” e “Minha Mãe”.

Com António Portugal, Eduardo Melo e Jorge Moutinho, Durval Moreirinhas gravou o primeiro disco de Adriano Correia de Oliveira. Segundo o mesmo texto, Moreirinhas é autor de doze fados e baladas de Coimbra e editou, até 2006, “mais de 40 álbuns”. Além da Tuna Académica, pertenceu também ao Orfeon, com o qual realizou inúmeras digressões.