O ex-deputado Eduardo Cunha negou esta quarta-feira em depoimento à Justiça do Brasil que o Presidente Michel Temer tenha autorizado o pagamento de suborno em troca do seu silêncio nos processos de corrupção que estão a ser investigados no país.

A informação foi dada pelo advogado do ex-deputado, Rodrigo Rios, que disse à imprensa que o seu cliente frisou no interrogatório que “o silêncio dele nunca esteve à venda” e que nunca foi procurado pelo Presidente ou por nenhum de seus interlocutores com propostas neste sentido.

Eduardo Cunha está preso desde o ano passado, acusado de participar nos esquemas de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e noutras instituições públicas, alvo de investigação na Operação Lava Jato. O depoimento desta quarta-feira de Eduardo Cunha, porém, diz respeito a um inquérito contra o Presidente Michel Temer aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) em maio, após os donos da empresa JBS, Joesley Batista e Wesley Batista, terem entregado à Justiça uma gravação que supostamente compromete o Presidente.

É esta a conversa que pode comprometer Michel Temer

No áudio, Joesley Batista diz para Michel Temer que estava a subornar Eduardo Cunha para ele ficar calado na prisão. O Presidente reage à informação dizendo: “tem que manter isto, viu”. A conversa foi considerada pela Procuradoria-Geral da República do Brasil como prova de um aval dado por Michel Temer para que o empresário continuasse a subornar Eduardo Cunha, impedindo assim o progresso das investigações da Lava Jato.

Segundo a imprensa local, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já está a preparar uma acusação contra Michel Temer, que deve ser apresentada nos próximos dias ou semanas. Se for levada adiante, a acusação pode iniciar um processo de destituição contra o chefe de Estado brasileiro, mas o andamento e um processo neste sentido depende também de aprovação no plenário da Câmara dos Deputados (câmara baixa do parlamento do Brasil).

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