Já se sabe que o importador da marca para o nosso país decidiu solicitar ao fabricante coreano uma alteração da denominação do modelo, que será conhecido por Kona em todo o mundo, mas será apelidado Kauai em Portugal. Mas a realidade é que todos os modelos expostos em Milão, nesta apresentação internacional, fotos e restante merchandising, apenas referiam a designação original do modelo.

É giro?

O Kona é um SUV compacto, de linhas elegantes e atraentes, mas com todos os pormenores que os clientes que preferem este tipo de veículos apreciam. Exibe um ar mais agressivo e “durão”, que tanto agrada aos que privilegiam este segmento – um dos mais cresce na Europa e até no mundo –, conseguido à custa de pára-choques mais envolventes, com maiores entradas de ar e uma aplicações inferiores que fazem lembrar as antigas protecções de carter e dos diferenciais.
Mas a Hyundai não se fica por aqui, pois a altura ao solo do seu mais recente modelo é também superior aos automóveis convencionais, da mesma forma que a carroçaria exibe uma linha de cintura muito mais elevada, que reforça a sensação de robustez que se pretende. E, como o construtor sul-coreano faz questão que até os mais distraídos se apercebam que estão perante um SUV, os plásticos que habitualmente revestem os guarda-lamas, evitando os riscos, por lado, e conferindo-lhe um ar mais radical, por outro, assumem uma dimensão no Kona raramente vista, de tão generosa, assumindo-se como uma das características mais marcantes em matéria de design.

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Mas é mesmo um SUV, ou tem apenas “ar” de SUV?

Segundo os técnicos da Hyundai, o Kona vai estar à venda com apenas tracção à frente, nas versões mais acessíveis, mas vai ser igualmente um dos poucos no seu segmento a propor igualmente uma versão 4×4, destinada a quem quer ir mais longe fora de estrada, sem apanhar sustos ou ficar atolado.

Em tudo o resto, o SUV compacto esgrime os mesmos argumentos dos seus concorrentes, do sistema de controlo de tracção para lidar com os pisos mais escorregadios, à maior altura ao solo, a fim de não encalhar com tanta facilidade nas pedras soltas, passando por uma suspensão com um curso superior para digerir melhor o mau piso. Sendo que a maioria dos seus clientes nunca – ou muito raramente – vão abandonar o asfalto.

E é tão agradável por dentro como por fora?

O exterior é de longe a parte mais cativante. Lá dentro, encontrámos um tablier que parece saído do i30, com outras soluções herdadas do i20, com uma montagem que nos pareceu sólida, mas com plásticos duros, mais agradáveis à vista do que ao tacto. A posição de condução é boa e mais alta do que habitual, bem ao jeito dos SUV, com espaço atrás mais que suficiente para a classe.

A bagageira oferece 361 litros, valor que fica um pouco abaixo da média do segmento, apesar de não nos ter parecido pequena, talvez por ter bom acesso e apresentar umas formas onde se torna fácil arrumar os volumes. Sob o fundo, surge um alçapão que permite esconder alguns objectos pouco volumosos dos olhares curiosos dos amigos do alheio.

9 fotos

Motores para todos os gostos

O Kona, que chegará ao nosso país em finais de Outubro, já com logo Kauai, vai começar por oferecer exclusivamente motores a gasolina, com o mais interessante e acessível a ser o 1.0 Turbo de 120 cv (1.0 T-GDI) de três cilindros. Vai estar associado a uma caixa manual de seis velocidades e com apenas tracção à frente, anunciando um consumo médio de 5,3 litros, a que correspondem emissões de 119 g de CO2.

A alternativa vai surgir pela mão do motor 1.6 Turbo de 177 cv, com quatro cilindros, que vai apenas ser oferecido juntamente com a caixa de dupla embraiagem de sete velocidades e tracção integral. Apesar da Hyundai reclamar para o seu sistema 4×4 a capacidade de desconectar sempre que existir falta de tracção no trem dianteiro, reduzindo pois o disparar do consumo por ter de movimentar um esquema de transmissão mais complexo, a verdade é que a maior capacidade e potência do motor, aliada à transmissão, vai elevar o consumo e as emissões de CO2 (anuncia 7,3 litros de consumo médio e 169 g de CO2), com o consequente incremento dos impostos e, por tabela, dos preços.

Depois da oferta inicial somente a gasolina, o Kauai vai passar a disponibilizar uma versão turbodiesel antes do Verão de 2018 (1.6 com versões de 115 e 136 cv), sendo certo que ligeiramente depois da época estival surgirá um Kauai eléctrico, com uma autonomia de 350 km.

E os preços?

O representante da marca para o nosso país está ainda a algumas semanas de poder revelar os preços finais do Kauai, mas para ambicionar algum sucesso comercial, tem de necessariamente propor valores competitivos, como é habitual na Hyundai, ou seja, ter a versão de acesso à gama por um valor idealmente abaixo dos 17.000€, que a Peugeot pede pelo 2008 mais acessível. Isto já considerando que se os franceses possuem melhor imagem (e são confortavelmente os segundos que vendem no segmento, depois do Captur), os coreanos têm um motor mais potente e um nível de performances mais entusiasmante.

Depois do preço de arranque, os valores das diferentes versões do SUV compacto coreano dependem do nível de equipamento, especialmente da quantidade de ajudas ao condutor e soluções de conectividade, como é habitual neste segmento, em que o preço é um dos factores a que muitos dos clientes são mais sensíveis.