O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou esta quarta-feira nos Estados Unidos da América à confiança dos investidores estrangeiros numa retoma do crescimento económico do país, que diz ser seguro para o capital estrangeiro.

“Hoje vimos dizer: Moçambique está de volta como país de economia próspera”, referiu ao discursar na 11.ª Bienal de Negócios EUA-África, em Washington, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM). O chefe de Estado realiza desde terça-feira uma visita oficial de três dias aos EUA.

Nyusi apontou o empreendimento de oito mil milhões de dólares de um consórcio liderado pela petrolífera italiana Eni no primeiro projeto de exploração de gás natural na Bacia do Rovuma como sinal de que o país é seguro para investir. O chefe de Estado convidou os investidores a olharem também para outros setores de atividade: agricultura, infraestruturas e produção industrial.

“Os investimentos estrangeiros estão seguros”, referiu, apontando o restabelecimento da paz e estabilidade política, através de negociações com a Renamo, como uma forma de Moçambique garantir tranquilidade ao capital estrangeiro e ultrapassar a crise financeira. Nyusi referiu que os EUA podem tornar-se, nos próximos anos, no maior investidor singular em Moçambique.

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São investimentos transformacionais da estrutura da economia moçambicana, fazendo uma viragem acentuadamente positiva na história de Moçambique e nas suas relações com os EUA”, afirmou.

A norte-americana Anadarko lidera um dos consórcios que identificou grandes quantidades de gás natural na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, enquanto outra empresa dos EUA, a Exxon Mobil, comprou 25% da Eni East Africa, que lidera o consórcio que este mês entrou na fase de desenvolvimento de projeto Coral Sul. O início de exportação de gás natural liquefeito (LNG, sigla inglesa) deste projeto entrou em contagem decrescente e está previsto para 2022.

Fonte da embaixada norte-americana em Maputo disse em abril à Lusa que o investimento norte-americano no setor em Moçambique pode ascender a valores entre 23 e 25,7 mil milhões de euros, levando o país para o topo dos destinos de investimento dos EUA em África. A Agência Internacional da Energia estimou há dois anos que Moçambique receba 91 mil milhões de euros entre 2020 e 2040 em receitas da exploração dos recursos naturais do país.