Duplicar a densidade energética das baterias utilizadas pelos automóveis eléctricos, de forma a garantir autonomias na ordem dos 1.000 km, é o objectivo final do projecto Mobile Energy Storage Systems, levado a cabo pela organização alemã Fraunhofer-Gesellschaft. Que, para tal, concebeu um novo tipo de bateria – ultracompacta, composta por camadas tipo folhas de papel e com muito maior capacidade de armazenamento de energia.

Segundo revelou a directora do projecto, Mareike Wolter, este novo tipo de baterias permitirá, ainda que para já apenas em teoria, que um Tesla Model S, por exemplo, consiga cumprir até um total de 1.000 km, ao invés dos actuais 540 km, utilizando para tal um pack de baterias exactamente com as mesmas dimensões das actuais. A solução, com base nas declarações desta mesma responsável, está desde logo num novo design das baterias, em que não há lugar para componentes inactivos.

Estas baterias dispensam as estruturas que habitualmente envolvem cada uma das baterias individuais, ao assumirem uma forma fina e do género de uma folha de papel, ao invés de um cilindro. A sua folha metálica é revestida por um material que acumula a energia, feito de cerâmica em pó, misturada com uma pasta de polímero. Uma parte serve de cátodo, ao passo que a outra, de ânodo”, explica Wolter.

Ainda de acordo com a mesma fonte, os investigadores acumularam vários destes eléctrodos bipolares uns em cima dos outros, como folhas numa resma de papel, separando-os por finas camadas de electrólitos e de um material capaz de impedir que descargas eléctricas afectem o sistema.

A pilha é depois selada dentro de um invólucro que mede cerca de um metro quadrado, cujos contactos no topo e no fundo surgem ligados ao sistema eléctrico do automóvel. Sendo que o objectivo passa também por conseguir um pack de baterias que, embora oferecendo uma autonomia de 1.000 km, caiba no mesmo espaço que as baterias de hoje em dia utilizam qualquer veículo eléctrico, seja um Tesla ou outro. “Desta forma, conseguimos armazenar mais eléctrodos para armazenamento de energia, sem aumentar o espaço ocupado”, garante a investigadora.

Os investigadores alemães têm vindo a trabalhar nesta solução há já três anos, tudo apontando para que seja possível realizar testes com um protótipo, em 2020. Resta agora aguardar – ansiosamente – pela validade e viabilidade desta inovadora solução.

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