O dono da JBS, Joesley Batista, prestou depoimento à Polícia Federal do Brasil num inquérito contra Michel Temer e manteve a sua versão de que o Presidente foi subornado para favorecer a sua empresa.

Segundo informações da rede Globo de televisão, que falou com os advogados do empresário, Joesley “reforçou a verdade dita no depoimento por ocasião da colaboração [acordo judicial para delatar esquemas de corrupção], apenas a verdade dos fatos, ou seja, confirmou o que já foi dito e provado”.

O depoimento faz parte de uma investigação contra Michel Temer depois do Presidente ter sido gravado pelo próprio Joesley Batista supostamente autorizando o pagamento de suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha.

Michel Temer também ouviu o empresário da JBS relatar uma série de crimes sem se manifestar e sem denunciar os fatos às autoridades competentes.

A gravação gerou um inquérito contra o chefe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) como suspeito de cometer os crimes de formação de organização criminosa, obstrução da Justiça e corrupção passiva.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O STF deu o prazo até a próxima segunda-feira para a polícia federal concluir este inquérito.

Na sequência, o Procurador-Geral da República do Brasil, Rodrigo Janot, deve denunciar Michel Temer abrindo um processo que pode resultar na destituição.

Uma possível saída forçada do Presidente do cargo, porém, só será levada adiante se o Congresso do país autorizar o andamento da ação.

Além das acusações mantidas no depoimento de Joesley Batista, o Governo brasileiro também recebeu hoje uma carta de demissão do ministro da Cultura interino, João Batista de Andrade.

João Batista de Andrade assumiu a pasta em maio, quando o ex-ministro Roberto Freire pediu demissão na sequência da divulgação das denúncias contra Michel Temer feitas pela JBS.

O interino foi o terceiro ministro da pasta da Cultura a pedir demissão desde que Michel Temer assumiu o cargo, no ano passado.