Emilio Saracho, contratado há quatro meses para evitar colapso do Banco Popular, vai renunciar à indemnização de quatro milhões de euros que poderia receber e diz que foi “o primeiro que foi enganado” sobre a situação real do banco, no momento em que veio de Londres para Espanha, para liderar o banco que foi alvo de resolução e vendido ao Santander.

Saracho, de 61 anos, reconhece que cometeu erros, no curto período de tempo em que esteve à frente da instituição. Mas os erros surgiram à medida que Saracho se apercebeu que a situação do banco era muito difícil, muito mais difícil do que lhe indicaram quando o convidaram para chefiar o Popular. “O primeiro a ser enganado fui eu”, tem dito por estes dias, a pessoas próximas que falaram com o El Mundo.

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O banqueiro teria direito a cerca de quatro milhões de euros em indemnização, mas não vai aceitar — “para não engordar o escândalo”, terá dito Emilio Saracho, em privado. Uma das coisas que podiam ter sido mais bem feitas, durante o seu mandato, está ligada à comunicação. “Preferi sempre dizer a verdade”, tem dito Saracho a pessoas próximas, numa referência às declarações de Saracho na assembleia-geral de acionistas de 10 de abril, que levaram a uma queda das ações do Popular.

Saracho foi contratado por quatro anos, mas com a resolução do banco (e venda ao Santander) o seu contrato perde efeito — poderia pedir uma indemnização de quatro milhões (brutos) mas não vai querer receber. Nos próximos três meses, Saracho vai trabalhar como assessor com o Santander, para ajudar na transição, mas depois o banqueiro quer seguir em frente.