Centenas de pessoas estão a protestar em frente à Câmara Municipal de Kensingston, da qual depende a torre de habitação que ardeu por completo em Londres na última quarta-feira. Pedem “respostas” e gritam por “justiça”, depois do incêndio de quarta-feira na Grenfell Tower.

A multidão encheu o átrio do edifício da administração de Kensington e Chelsea e foi travada na escada que dá acesso ao primeiro andar por seguranças privados. A polícia foi obrigada a retirar os funcionários do edifício por precaução. Segundo a agência France Presse, registaram-se alguns encontrões e o ambiente era de muita tensão.

“Queremos um inquérito” ou “Queremos justiça” foram dos gritos que mais se ouviram no local. No Twitter, foram vários os momentos do protesto registados em imagens e vídeos.

Uma multidão de pessoas perseguiu mesmo o carro da primeira-ministra britânica Theresa May, obrigando-a a sair por uma saída lateral da igreja de São Clemente, onde estava reunida com algumas famílias das vítimas. May não se dirigiu aos manifestantes e estes acusaram-na de “cobardia”. Alguns chegaram a pedir a sua demissão, como testemunhou um repórter da Channel 4 News.

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Os manifestantes reivindicam que os fundos recolhidos sejam dados àqueles que perderam as suas casas e os seus pertences e pedem que as vítimas sejam realojadas noutros bairros. Estão ainda a ser levantados cartazes de vítimas ainda desaparecidas.

May anuncia fundo de 5 milhões de libras

Theresa May anunciou esta sexta-feira que aprovou um fundo de 5 milhões de libras (5,7 milhões de euros) para as vítimas de Grenfell. O dinheiro será utilizado para abastecimentos de emergência, comida e roupa. A decisão foi aprovada depois de uma reunião de duas horas durante a tarde desta sexta-feira com sobreviventes do desastre.

O Governo de May anunciou ainda que vai realojar as vítimas num período de três semanas. O realojamento pretende ser feito o mais próximo da área de residência dessas pessoas.

May tem sido duramente criticada por ter visitado apenas por 15 minutos o local do desastre na quinta-feira e por não ter ido falar com as vítimas. A rainha Isabel II e o príncipe Guilherme, seu neto e segundo na linha de sucessão ao trono, visitaram também esta sexta-feira o local do incêndio, no oeste da capital, onde conversaram com residentes e voluntários que estão a prestar assistência aos afetados.

Theresa May diz que não visitou famílias das vítimas por “questões de segurança”

O número de mortos aumentou esta sexta-feira para 30 pessoas, mas espera-se que aumente nos próximos dias, podendo mesmo chegar à centena, segundo a polícia.

Incêndio de Londres. Número de mortos sobe para 30

Veja as imagens do protesto na fotogaleria acima.

(em atualização)