Decorreu esta semana em Montreal, no Canadá, a conferência Movin’ON organizada anualmente pela Michelin e dedicada à mobilidade sustentada. Um evento aproveitado pelo fabricante francês para dar a conhecer o que, na sua perspectiva, poderá (ou deverá…) ser o pneu do futuro. Visionary Concept de seu nome, recorre a uma estrutura em favo de abelha que lhe permite funcionar sem ar, fazendo a própria “jante” parte do pneu. Um “design” generativo (e colorido), como o define a Michelin, que pretende replicar o processo de crescimento natural dos mundos vegetal, mineral e animal – por exemplo, o dos corais.

O piso do pneu, quando danificado ou desgastado, pode ser resposto fazendo uso da tecnologia da impressão 3D. Para isso, a Michelin antevê que, no futuro, bastará aos condutores que necessitem de reparar o seu pneu deslocarem-se até ao local onde exista uma impressora 3D, seleccionarem uma opção no próprio veículo e o piso será refeito e aplicado no pneu pela própria máquina em tempo real.

Tratando-se o Visionary Concept de um protótipo ainda em fase inicial de desenvolvimento, a Michelin sublinha que a sua durabilidade está ainda por apurar. Mas, sendo composto por vários materiais biodegradáveis, e completamente reciclável no final do seu ciclo de vida, o objectivo é que dure pelo menos tanto quando o veículo em que esteja instalado, graças à tal solução que permite imprimir as zonas do piso de tenham de ser substituídas.

A Michelin aproveita para destacar, igualmente, o facto de este ser um pneu “inteligente”, capaz de enviar informação acerca do estado do seu piso (desgaste, danos, furos, etc.) directamente ao veículo, e até de solicitar uma reparação nas mencionadas impressoras, dependendo da distância a que estiver o destino. Sendo esta uma solução que poderá estar bem mais perto de ser realidade do que muitos imaginariam, e será, seguramente, de implementação mais célere do que a do pneu sem ar: enquanto que alguns outros construtores de pneus projectam a sua disponibilização para daqui a 10-20 anos, a Michelin afirma que dentro de apenas dois ou três anos poderá estar já integrada em pneus destinados a automóveis de passageiros e comerciais ligeiros.

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